Rondonópolis à espera da tarifa de 1 real
Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
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Não é justo cobrar administrativamente os prefeitos que acabam de assumir o cargo. É preciso respeitar os novos administradores que ora iniciam a jornada engessados pela legislação que cria dificuldades para vender facilidades. Com Cláudio Ferreira (PL), em Rondonópolis, não é diferente, por mais que o mesmo tenha planejado ações e programas na fase de transição do poder. Porém, Cláudio tem um compromisso para cumprir de imediato, sem protelação, e sobre o qual está atrasado, muito embora ainda não tenha tido tempo sequer para esquentar a cadeira que tem o maior poder de decisão no mais importante município do agronegócio do Centro-Oeste.
Logo após a vitória nas urnas, Cláudio foi à Assembleia Legislativa, onde foi recebido pelo colega deputado Júlio Campos (União), que o saudou em nome da legislatura.
Ao lado de Júlio Campos o prefeito eleito de Rondonópolis conversou com jornalistas e fez duas declarações marcantes: disse que em 1º de janeiro começaria em Rondonópolis uma guerra contra a corrupção e outra em defesa da Santa Casa.
Perguntei a ele sobre seu compromisso de campanha: baixar de 4,50 reais para 1 real, a tarifa do transporte coletivo urbano. A resposta foi firme: Cláudio garantiu que o compromisso seria cumprido, de imediato.
A cobrança sobre a tarifa prometida tem que ser dura e constante. Nada justifica a mesma ainda não estar em vigor. Vejamos:
Ao assumir o compromisso o então candidato Cláudio disse que enxugaria a máquina e que haveria fundos suficientes para bancar a tarifa – que será social, sem dúvidas. Portanto, independentemente da situação em que se encontra a Autarquia Municipal de Transporte Coletivo (AMTC), o compromisso tem que ser cumprido.
A autarquia AMTC foi criada em julho 2022 pelo então prefeito Zé Carlos do Pátio (PSB), quase na surdina e de forma parecida com ato monocrático, para substituir a empresa Cidade de Pedra, que durante algumas vezes jogou a toalha demonstrando que se sentia desconfortável operando o monopólio sobre pneus.
De imediato Cláudio tem que baixar a tarifa. A viabilização dos recursos para a cobertura dos custos operacionais da frota não pode servir de muletas para protelação, por duas razões: primeiro que ao longo da espera o prejudicado será o usuário do sistema; segundo, porque politicamente o prefeito poderá ser jogado na vala do populismo onde se encontra seu antecessor Zé do Pátio.
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Não vi manifestação nas redes sociais nem posicionamento da Imprensa rondonopolitana sobre a promessa ainda não cumprida. Entendo que a cidade tem razão de sobras para apoiar Cláudio uma vez que o mesmo derrotou um encastelamento político que desafiava a lógica democrática há anos. Porém, observo que Rondonópolis precisa abrir a boca em defesa de seus interesses, como é o caso da tarifa para o transporte de passageiros pelas 40 linhas que atendem aos 280 bairros da cidade.
Sinceramente, não gostaria que a resposta do prefeito fosse uma nota, muito embora respeite todas as notas distribuídas contra meus textos. Peço a Deus, que ao invés de argumentação protelatória para o famoso empurrar com a barriga, Cláudio assine um decreto no domingo (amanhã, 5), para que o usuário do sistema de transporte coletivo de Rondonópolis pague 1 real pela tarifa a partir de 6 de janeiro – o Dia de Reis.
PS – Para cada ação uma reação. Cláudio planeja conceder o transporte coletivo urbano. Caso baixe a tarifa para 1 real, nenhuma empresa terá interesse em operar na cidade. É um abacaxi a ser descasdado: manter a prefeitura operando o sistema é desafiar a lógica universal, subsidiar a eventual concessão é abrir a torneira aumentando os gastos que ele prometeu reduzir – aumentar a tarifa é um tiro no pé ou