2017 – Centenário do 9º BEC
Oriundo de São Gabriel, no Rio Grande do Sul, onde deu o primeiro passo enquanto aguardava sua instalação programada para Cachoeira do Sul, no mesmo Estado, o 9º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro (9º BEC) marcou presença com sua sede em outras cidades gaúchas, com diversas denominações, até que em 29 de julho de 1970 foi rebatizado e deixou Carazinho para hastear sua bandeira em Cuiabá, no centro geodésico da América do Sul.
A instalação em Cuiabá aconteceu em 31 de janeiro de 1971.
A fundamentação estratégica era a construção de parte da rodovia BR-163, para nós Cuiabá-Santarém, e para os paraenses Santarém-Cuiabá.
A obra daquela importante longitudinal estava inserida no Plano de Integração Nacional conhecido popularmente pelo bordão “Integrar para não Entregar”.
O nome do batalhão, “General José Vieira Couto de Magalhães” reverencia uma das figuras históricas mais respeitadas por Mato Grosso. O jornalista, advogado, poliglota e escritor mineiro de Diamantina, Couto Magalhães, governou o Estado e foi um grande estrategista.
Quando o Brasil, Argentina e Uruguai estavam em guerra com o Paraguai, Couto Magalhães construiu navios em Cuiabá, os desmontou e os enviou em lombos de burros e carros de bois para Araguaiana, de onde rumariam pelo rio Araguaia ao Pará em busca de combatentes. Também em razão daquele que foi o maior conflito armado do continente, fundou Várzea Grande, que inicialmente foi um campo de prisioneiros paraguaios. Quem primeiro sonhou com uma saída por terra de Cuiabá para Santarém foi ele.
O livro “NORTÃO BR-163: 46 ANOS DEPOIS”, publicado pelo jornalista Eduardo Gomes de Andrade e disponível nesta página em page flip narra a relação de Couto Magalhães com a BR-163 e também aborda a determinação do presidente Juscelino Kubitschek em construí-la.
Em Cuiabá mais que levar adiante a missão da BR-163 em parceria com o 8º BEC de Santarém, que trabalhou no sentido norte-sul, o 9º BEC escreve no dia a dia uma bela página da nacionalidade brasileira. Obras de seus oficiais, praças e funcionários civis se espalham por municípios tanto na zona urbana quanto rural; serviços aeroportuários fazem parte de sua história.
No plano internacional efetivos do 9º BEC integraram Forças de Paz Brasileiras a serviço das Nações Unidas (ONU), com destaque para sua atuação no devastado Haiti.
O 9º BEC e a população mato-grossense se identificam a tal ponto que se fundem e se confundem pelo trabalho de seus efetivos na formação da cidadania de seus soldados em período de serviço militar. De suas fileiras dois nomes se destacaram: seus ex-comandante Peri e Meirelles.
O general de exército Enzo Martins Peri chegou ao comando do Exército. O coronel José Meirelles, que comandou o 9º BEC na fase da construção da BR-163 nasceu em Minas Gerais, mas era reconhecido enquanto mato-grossense, tanto por seu trabalho na esfera militar, quanto no campo social em Cuiabá, onde prestou relevantes serviços ao lado de sua mulher, Zulmira. Meirelles foi vice-prefeito e prefeito da capital mato-grossense.
Em nome de todos os mato-grossenses, blogdoeduardogomes felicita o 9º BEC por seu centenário e o faz na figura de seu comandante coronel Ronaldo Matias Soares.
Obrigado 9º BEC ou como bradava seu soldado em seus primórdios mato-grossenses, SELVA!
Eduardo Gomes de Andrade
Editor
blogdoeduardogomes2017@gmail.com
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