Boa Midia

2017 – É Natal, nasceu o Menino Deus!!!

Existe diametral diferença de significados entre o real cristão e o comercial, que ganha forte espaço através do imponente apelo econômico, e o cordeiro esmagado na ignomínia galopante. Segue a disputa entre o Bom Velhinho e o Menino Jesus, sendo o Estado laico, ambos abordarei.

Buscando na fonte bíblica, percebe-se nos evangelhos canônicos, Mateus, Marcos, Lucas e João, são inspirados por Deus e autoritativos, consta que Jesus nasceu em Belém na época uma província romana da Judéia. Segundo relato ao evangelho de Lucas, o carpinteiro José e Maria viajaram de Nazaré até Belém para atenderem um censo do Império Romano do Oriente. Como símbolo de humildade, o Menino filho do Pai, teve por berço uma manjedoura, do francês manger … receptáculo onde os animais comiam feno. Conforme registra o Livro de Mateus, anjos o proclamaram como o Salvador de todas as pessoas, pastores e todos vieram adorá-lo, até mesmo os astrônomos, Melquior ou Belchior, Baltasar e Gaspar, traziam presentesː ouro, incenso e mirra. Aclamado “Rei dos Judeus”, isto provoca receio do rei Herodes que manda executar os meninos menores de 2 anos, a família de Jesus escapa para o Egito, volta para Nazaré só após morte do rei.

Peritos do assunto entendem que a imagem do Bom Velhinho, teve sua inspiração no bispo de nome Nicolau, nascido na Turquia em 280. Sendo homem caridoso, costumava deixar saquinhos de moedas próximo das chaminés de casas modestas, depois canonizado – São Nicolau, pois lhe foram atribuídos diversos milagres. Uma pioneira associação de S. Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha, logo espalhando-se pelo planeta, nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, em Portugal Pai Natal, e no Brasil o conhecido Papai Noel.

O inglês Clement Moore em 1823, escreveu o poema “Uma Visita de São Nicolau”, imaginando que ele cruzaria os céus num trenó puxado por 9 renas a saberː Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupd, Donner e Blitzen, distribuindo presentes pelo mundo todo.

O Bom Velhinho, até a primeira metade do século XIX era apresentado com roupa de frio nas cores marrom ou ainda verde escura. Somente no ano de 1886, foi criada essa nova estampa pelo cartunista alemão Thomas Nast, nas cores vermelha e branca, com o cinto preto e que predomina. Esta imagem consolidou-se após um comercial da Coca-Cola em 1931, eram as cores do refresco. Atualmente Papai Noel e Sra. Noel vivem no Polo Norte, auxiliados por um grupo de duendes que fabricam os brinquedos para crianças do mundo todo, distribuídos em 24 de dezembro, na virada.

Independente do apelo comercial e amparo da mídia, produzir o fomento da economia, existe vivo o lado cristão, sem o menor retorno pecuniário calcado na fé gratuita, simples devoção. Nesta perspectiva surgiram outras formas de adoração como os presépios de interessante história.

Durante o inverno de 1223, o manto alvo da neve cobria a cidade de Greccio localizada no centro-sul da Itália, anunciando a noite de Natal todos sinos sem parar festivamente repicavam. Os habitantes, em sua maioria campesinos estavam reunidos com São Francisco de Assis, que procurava explicar-lhes o mistério do nascimento de Jesus. Estavam muito atentos, ouviam com respeito, entretanto não demonstravam haverem compreendido a narrativa. São Francisco então, procurou uma maneira mais prática para explicar aos simplórios aldeões como ocorrera o Natal. Pediu para lhe trazerem uma imagem do menino Jesus, uma manjedoura, feno, um boi e jerico. Atendido prontamente, o Santo montou o cenáculo, manjedoura forrada de palhas ficou no centro, os animais no fundo. Faltando apenas o menino Jesus, com grande devoção toma-o nos braços para levá-lo até o cocho, quando dá-se um fenomenal prodígio. Perante os olhos estupefatos dos camponeses a imagem ganha vida e sorri para S. Francisco, que abraça-a ternamente e a dispõe sobre as palhas da manjedoura, enquanto os presentes se ajoelham em postura de alta adoração, mais uma vez o Menino Deus sorri e abençoa todos aí prostrados a seus pés. Desta data em frente os cidadãos de Greccio erguem o presépio de São Francisco, na esperança de reverem o milagre.

Este tradição foi irradiada para todo o planeta, uma forma de arte cristã que atingiu nosso país, não sendo diferente em Cuiabá e gerou uma saudável disputa entre dedicados artesãos. Um dos mais antigos e que logrei encontrar foi o do “Seu Freitas”, muito original com monjolo girando, patinhos flutuando, janelas tinham luz; confeccionado de barro e papel machê, pelo trio de mulheres dedicadas D. Nhanhá, D. Nenê e D. Nhazinha. Existia até um roteiro de presépios !!!

Conforme o Professor Benedicto Pinheiro de Campos, na recente obraː “Cuiabá … quem te viu”, outros trabalhos merecem registro, o da Senhora Margarida Pinto de Figueiredo, Margarida Moreira Ribeiro, tinham convites para expor em igrejas, prêmios da Fundação Cultural. Vamos destacar ainda o dedicado labor da Sra. Zenaide Martins de Araújo, com uma considerável experiência em mais de 40 anos neste mister, que realizou grandiosa obra franqueada ao público, galgando o primeiro lugar do Estado no concorrido certame, além de obter convites até de Igrejas. Finalmente, fica por aqui minha comemoração de um dia mágico, que faz renascer na pessoa do Menino-Jesus a esperança em cada ano, aglutinando irmãos, e nos faz acreditar no futuro da vida!

Feliz Natal para todos!

Ubiratã Nascentes Alves, membro da AML – cadeira nº 1
ubirata100@gmail.com

 

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies