40 Anos – Futebol à míngua
Os tempos áureos do futebol mato-grossense estão a cada ano que finda, menos motivante. Aquele tempo, antes da divisão de Mato Grosso, em 1977, com rivalidade entre Mixto, Operário e Comercial de Campo Grande, Clube Atlético Mato-grossense, Dom Bosco, Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, entre outros, era sinônimo de bom futebol nas quatro linhas.
O Mixto, uma das mais tradicionais equipes do futebol regional e maior conquistador de título, está à míngua. O primeiro título foi do Paulistano FC em 1943. Um ano depois o Americano e já em 1945 o Mixto Esporte Clube levantava o troféu de campeão. Antes da divisão foram 14 conquistas do Alvinegro. Enquanto o rival Operário de Várzea Grande e Clube Atlético Mato-grossense, cinco para cada. Operário de Campo Grande também reinou com cinco conquistas seguidas.
Depois da divisão, o futebol mato-grossense deslanchou, principalmente entre os clubes da Baixada Cuiabana. Por 30 anos foram 21 conquistas. O Operário de Várzea Grande reinou com nove conquistas seguidas pelo rival Mixto com oito. Depois aparece o Cuiabá, fundado em 2001, ganhou o estadual por duas vezes, em 2003 e 2004. Um dos clubes mais antigos e tradicionais da capital, o Dom Bosco, nesses 30 anos ganhou uma única vez, em 1991 e só.
O futebol do interior também se destacou nesses 40 anos. Primeiro com o Sinop em 1990; depois o Sorriso, em 1992 e 1993; novamente o Sinop por dois anos seguidos, 1998 e 1999 seguido pelo Juventude de Primavera do Leste, bicampeão em 2000 e 2001. O Vila Aurora de Rondonópolis foi campeão em 2005, em cima do Operário; e em 2010 a vez do União também superou o clube várzea-grandense e apagou de vez a maldição da lavadeira, de não conquistar um título. Até essa data, o União disputou sete finais e não tinha ganho uma sequer.
O Luverdense, único representante de Mato Grosso na Série B do Campeonato Brasileiro por cinco anos seguidos, foi fundado em 2004 e já ganhou dois títulos estaduais e três Copas Governador. A Copa Governador foi criada em 2004 no governo Blairo Maggi, com o objetivo de manter os clubes em atividade no segundo semestre do ano. Depois do governo Maggi passou a se chamar Copa FMF, sem o patrocínio do governo do Estado. Uma pena!
No começo deste ano, ou melhor, no mês de março aconteceu eleição na Federação Mato-grossense de Futebol. Vencida pelo ex-presidente do Cuiabá Esporte Clube, Aron Dresch, liquidando de uma vez por todas o reinado do ‘barão’ Carlos Orione, falecido em novembro de 2016. Foi na gestão do Barão que a capital mato-grossense tornou-se uma das 12 cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014. A Arena Pantanal foi palco de quatro jogos do mundial, e três anos depois ainda não foi entregue oficialmente ao governo.
ADMAR PORTUGAL é Editor do jornal O Esportivo e jornalista do Dário de Cuiabá
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