PDT de Pivetta e Zeca lava roupa suja em Cuiabá
Na moita, o PDT regional de Zeca Viana (foto) lava roupa suja no próximo sábado, a partir das 8 horas, no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá.
Na pauta muitos assuntos e muito mais indecisões.
Os filiados ao partido de Brizola discutirão se lançam Otaviano Pivetta ao governo ou se coligam com Mauro Mendes (DEM), que inclusive diz aos quatro cantos que sonha acordado com Pivetta em sua chapa. Pivetta, se desmancha por Mauro, mas antes quer ouvir os companheiros e tem um quê sobre a chapa do Senado apoiada pelo grupo de Mauro.
Política não é ciência exata. Quando se aproxima convenção, nem os políticos a entendem. Porém, no tocante ao PDT, apesar dos muitos pensamentos internos divergentes, aparentemente há três saídas para se definir por uma, de acordo com a evolução dos fatos até sábado (incluindo fatos externos, na esfera de outros partidos):
(Sem ordem de prevalência na citação).
1 – Pivetta será candidato a vice-governador de Mauro.
2 – O deputado estadual Zeca Viana será candidato a vice-governador na chapa de Mauro.
3 – Pivetta dá uma banana para Mauro, independentemente da presença de Zeca na chapa do DEM e sobe no palanque do senador e pré-candidato a governador Wellington Fagundes (PR) ao lado do deputado federal Adilton Sachetti (PRB), pré-candidato ao Senado numa aliança com Wellington.
O que acontece?
O Democratas via Mauro quer Pivetta, mas nem tanto assim, apesar da identidade entre os dois. Isso por conta da resistência do cacique Jayme Campos (DEM) ao nome de Pivetta. Jayme desconversa sobre isso e Pivetta finge que não é com ele, mas os dois sentem urticária quando escutam o nome do outro.
Pivetta tem perfil de liderança e intimamente se sentiria desconfortável enquanto vice (isso no melhor do mundo para eles, depois de combinado com o eleitorado), principalmente com Mauro governador, por sua condição de empresário que atravessa momento difícil com seu grupo em recuperação judicial.
Mas, independentemente da urticária e se Jayme fosse carne e unha com ele, Pivetta não conseguiria engolir o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD) no palanque de Mauro e na condição de um de seus candidatos ao Senado.
Pivetta e Fávaro são de Lucas do Rio Verde, onde na eleição passada, Fávaro lançou Luiz Binotti (PSD) para prefeito e ele o derrotou em sua tentativa de reeleição – numa disputa apertada. O resultado da eleição em Lucas certamente foi o estopim para o rompimento de Pivetta com o governador Pedro Taques, do qual foi coordenador na campanha em 2014 – Pedro teria armado uma laçada com Fávaro para se ver livre de Pivetta, que àquela época já despontava enquanto virtual candidato ao governo
A soma disso pode resultar na explosão com a saída de Pivetta, mas sem que isso represente (para o DEM) risco de Pivetta sair ao governo numa candidatura partidária solo, porque do outro lado do partido está Zeca, que pode ser o grande beneficiário dessa briga.
Lideranças do PDT
Partido de uma dupla de líderes, a cúpula do PDT não vai além de Pivetta e Zeca. A sigla é pequena, pouco mais que os nanicos.
Num cenário pouco provável, caso Pivetta deixe o namoro que ora mantém com o DEM, e Zeca o acompanhe, restará pouco espaço político para eles. Adilton, o afilhado de Pivetta, por questão de sobrevivência ficaria com Wellington. Nesse cenário não haveria siglas representativas para a formação de uma coligação. Senão vejamos:
Bezerra com seu MDB namora Mauro e Fávaro, e não poderá mudar sua bigamia política por duas razões: 1 – porque segundo as boas e más línguas teria acertado com ambos; 2 numa situação de salve-se quem puder sua opção seria Wellington, que no entanto não tem mais espaço para cargo majoritário.
PCdoB está com os dois pés na canoa de Wellington, com a professora Maria Lúcia antes cotada para o Senado e agora para vice-governadora.
PT tanto pode lançar uma chapa partidária mula sem cabeça, com Edna Sampaio ao governo e Enelinda Scala ao Senado, quanto novamente botar o vestido de noiva política e subir ao altar de Wellingon com Lúdio Cabral sendo um de seus candidatos ao Senado.
Pedro Taques controla PPS e PSB; o primeiro com Marco Marrafon e Júnior Vitamina, e o outro, com Max Russi. Também domina o PSL do deputado federal Victorio Galli, que tem a juíza aposentada Selma Rosane de Arruda enquanto pré-candidata ao Senado
PSDB de Pedro é o vilão que Pivetta sonha enfrentar.
Solidariedade, PTB, Novo, PP, Rede, Pros, Avante, PV, PHS e os demais nanicos, juntos, não fazem a balança pender para o lado que apoiam nem para aqueles aos quais fazem oposição.
O dia 28 em Cuiabá promete. Não se trata de Sábado de Aleluia, mas dia de malhação de Judas.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTO:
1 – Arquivo Assembleia Legislativa
2 – Arte do Diretório Nacional do PDT
3 – Arquivo Agência Câmara
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