Boa Midia

De remendo em remendo

O Brasil é o País dos remendos. Faz-se mal feito e depois remenda. As obras já são intencionalmente mal feitas, pois se ganha mais com a manutenção do que com na construção delas Os asfaltos deste Brasil afora são a comprovação inequívoca desta assertiva.

O ensino 2º grau é precário. Para minorá-lo inventaram os “cursinhos pré-vestibulares” que prometiam suprir em um ano o que o ensino regular não fez em 03 anos. E eles se transformaram, como se fosse normal, numa Instituição Nacional. Os cursos de direito são ruins, com as devidas e limitadas exceções. Então, concebeu-se o “Exame de Ordem”. Assim como se cogita instituir o “Exame de Medicina” para tentar conter a enxurrada de bacharéis que estão e serão produzidos “a rodo” por mais de 300 faculdades de medicina.

Existe uma discussão apaixonada produzida por bacharéis mal formados para extinguir o “Exame de Ordem”. Este Exame impede que mais de 80% dos claudicantes bacharéis produzidos por mais de 1300 faculdades de direito, abertas em todos os cantos e recantos deste Brasil de “meu Deus”, sejam despejados no mercado.

E a demagogia de alguns oportunistas, aproveita desta onda, sob os auspícios de argumentos despropositados, para tentar acabar com o referido exame. Por que não melhoram a vergonhosa educação que temos? Por não propõem acabar com o Brasil torto criado, à socapa, por políticos oportunistas e aproveitadores?

O ensino de uma maneira geral é péssimo e precisa ser recuperado e refeito. Não existiriam “cursinhos” se o 2º grau fosse de qualidade. E nem “Exame de Ordem” se as faculdades de direito fossem boas. O CRM não cogitaria em criar um “exame” para os bacharéis médicos se todos eles fossem bem formados.

Enfim, a saída para o ensino superior no Brasil não deveria está nos remendos! Entretanto, enquanto não se cria vergonha na cara, vai-se vivendo de remendos. Será que não é melhor viver de remendos do que abrir a porteira da irresponsabilidade e deixar a sociedade à mercê de rábulas e carniceiros, e outros tantos profissionais formados por faculdades movidas pela conveniência, pela corrupção e pela grana de um oportunismo crônico?

Nada que é ruim não pode piorar! Enquanto o conserto devido e reclamado não vem é melhor continuar de remendo em remendo. Tenho dito!

Renato Gomes Nery é advogado em Cuiabá e ex-presidente da OAB/MT

rgnery@terra.com.br

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