Compra de cinco mil cestas básicas por prefeitura vira caso de polícia

Nem na pandemia do coronavírus a Prefeitura de Cuiabá na administração do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) consegue ficar longe dos escândalos. Nesta sexta-feira, 5, o vereador Diego Guimarães (Cidadania), revelou algo gravíssimo: uma forte suspeita de ao manos R$ 169.850 de superfaturamento na compra de cinco mil cestas básicas pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência, para famílias carentes. O vereador denunciou o fato ao Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e a Delegacia Fazendária.
O vereador constatou que a prefeitura comprou cinco mil cestas básicas por R$ 649 mil ao preço unitário de R$ 129,80. Para verificar se havia lisura ou não na aquisição, o denunciante foi a um supermercado e comprou os mesmos itens por R$ 95,83. A diferença entre o preço praticado no atacado para a prefeitura e a compra isolada de um cesta foi de R$ 33,97. A lógica comercial, no mundo inteiro, sempre é regida pela lei da oferta e da procura: quem compra mais consegue menor preço, mas a administração de Emanuel Pinheiro fez a proeza de pagar mais caro.

A proeza não fica somente por conta do preço. Ela também passa por quem vendeu as cinco mil cestas. O vereador foi ao endereço constante na nota de compra pela prefeitura e descobriu que no local não funciona nenhuma empresa. Pra ser didático o citado endereço no documento fiscal é na Rua Benedito Mello, nº 115, bairro Lixeira, em Cuiabá, onde ninguém sabe sobre cestas básicas.
Como costuma acontecer nos meios politicos, sempre há alguém protegendo alguém. Nesse caso, Diego Guimarães não cita o nome de fantasia da empresa vendedora nem seu CNPJ. Coisa de políticos.
A denúncia do vereador é consistente e a assessoria de Imprensa da prefeitura faz silêncio sobre ela. Ou seja, adota a mesma postura que mantém em relação a outra grave denúncia, essa filmada e apresentada em horário nobre da TV Globo, em 2017, na qual o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) aparece recebendo pacotes de dinheiro de Sílvio Corrêa, à época chefe de gabinete do então governador Silval Barbosa – Silval e Sílvio delataram ao Ministério Público Federal, com homologação pelo Supremo Tribunal Federal, que se tratava de propina ou mensalinho para Emanuel, que era deputado estadual e integrava a bancada pluripartidária que dava sustentação a Silval.
DRONES – O Ministério Público Estadual investiga Emanuel Pinheiro pela locação de drones para combate ao coronavírus. Sobre o escândalo do Paletó, o caso hiberna no MP e na Câmara Municipal, onde o prefeito controla a maioria, que não deixa a CPI do Paletó – criada para investigar tal caso – avançar.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Sobre imagem da TV Glovo
2 – Gabinete do vereador
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