(Fr) – Batalha medieval no Pantanal

Nenhum povo é tão tranquilo quanto o pantaneiro com seu jeitão arrastado de caminhar, as frases curtas, os gestos lentos, a voz quase silenciosa. Seu temperamento é assim o ano inteiro, ou quase isso, porque em junho, quando Poconé acompanha a encenação de uma batalha medieval, acontecem correrias, discussões, movimentos rápidos com os braços e gritaria. A razão? É que o embate é a Cavalhada, um dos mais belos e tradicionais eventos culturais de Mato Grosso.
A Cavalhada chegou a Poconé em 1769, na bagagem cultural do capitão-general e terceiro governador de Mato Grosso, Luís Pinto de Sousa Coutinho, o Visconde de Balsemão, que levou para o Alto Pantanal o encanto e a magia dos torneios medievais europeus.
Essa tradição ganhou espaço na celebração da festa do Glorioso São Benedito e permaneceu viva até 1955, quando foi interrompida voltando a ser encenada em 1990.
Poconeanos da cidade e da vastidão pantaneira do município se dividem entre Cristãos (vestindo azul) e Mouros (em vermelho) numa luta coreografada encenada por cavaleiros e seus pajens, a céu aberto, numa área tomada pela multidão em delírio.
Cavalo Pantaneiro
O Cavalo Pantaneiro tem presença obrigatória na vida do poconeano e não poderia ficar fora da Cavalhada. É a montaria oficial dos Cristãos e dos Mouros.
A paixão por esse equino no município é muito grande e pode ser resumida nesse ditado popular, “Cavalo Pantaneiro; que não tem compra, pede emprestado ou rouba, mas não fica sem”.
Distante 100 quilômetros do Aeroporto Marechal Rondon, de Cuiabá/Várzea Grande, Poconé um dos principais destinos turísticos mato-grossenses, fervilha quando da Cavalhada. O acesso a Poconé é pavimentado.
Quando desse evento carregado de cores e encantamento, a cidade recebe grande fluxo de turistas mato-grossenses ,de outros estados e internacionais.
Trata-se de uma das mais ricas manifestações culturais mato-grossenses, e que também mostra a sincronia entre o homem do Pantanal e sua montaria predileta, o Cavalo Pantaneiro.
Além da Cavalhada, Poconé tem beleza permanente do turismo de contemplação e do turismo sazonal de pesca – suspenso durante o Defeso ou Piracema, para assegurar a desova dos peixes – no eixo da Rodovia Transpantaneira.
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: José Medeiros – Site público do Governo de Mato Grosso
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