Lúdio agradece Mauro por abraçar e sufocar Abílio
Eduardo Gomes
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O eleitor cuiabano não tem cobertura jornalística isenta na eleição em Cuiabá, e principalmente no segundo turno cuja campanha está às vésperas do término. Isso, por conta da dependência da Imprensa Amiga (sinceramente não sei se posso citar o clássico – com as devidas exceções), que de tanto bajular o governador Mauro Mendes e a primeira-dama Virgínia Mendes, ambos do União Brasil, bota Abílio Brunini (PL) o candidato mais votado no primeiro turno, em segundo plano.
O beija-mão palaciano desqualifica Abílio deixando-o como mero afilhado do casal governante. O afã em promover os padrinhos ofusca o afilhado e desperta sentimento de resistência junto ao servidor público ativo e aposentado; aos pescadores profissionais; e aos segmentos da Educação e Saúde, que majoritariamente apoiam Lúdio Cabral (PT), que concorre com Abílio.
Abílio com seu temperamento explosivo, agressivo, em muitos casos misógino, teria uma campanha tranquila, com possibilidade de vitória por ser apoiado pelo neoextremismo da direita bolsonarista, que até recentemente votava (e em alguns casos, também, disputava eleições) pelo MDB, PTB, PSB, PDT e outras siglas sem nenhuma identificação com a direita. Porém, com o apoio dos Mendes, ele foi recuado ao plano inferior da disputa, como se fosse mero coadjuvante do processo eleitoral.
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Cuiabá tem memória curta no campo político, porém, mesmo assim o cuiabano sabe que em 2008 Mauro Mendes foi candidato a prefeito pelo PSB numa chapa com a vice Verinha Araújo (PT), numa campanha coordenada pelo então vice-governador Silval Barbosa (MDB). Portanto, em nome da razoabilidade o governante não poderia apontar o dedo contra o passado de Lúdio, onde o mesmo foi candidato a vereador petista na coligação de Mauro Mendes com os petistas.
Abílio abriu mão de seguir seu legítimo caminho ao se curvar para Mauro Mendes. Pior, é que no grupo liberal não há nenhuma voz capaz de demover o protagonismo gutembergueano do casal Mendes: José Medeiros, deputado federal, não bica com o governante, e o mesmo pode se dizer de Wellington Fagundes, que exerce a política do fraternalismo inimigo com Mauro Mendes.
O caminho de Abílio foi modificado com o apoio do governante, que mesmo à frente de um governo positivo no campo da execução de obras, não agrega politicamente em Cuiabá. Creio que no comparativo entre positivo e negativo o segundo seja a resposta isenta sobre a nova ordem política Mauro-Abílio.
Do outro lado, Lúdio certamente agradece a Mauro. Mais agradecido ainda deve estar o senador licenciado e ministro Carlos Fávaro (PSD) pai de Rafaela Fávaro (PSD) candidata a vice-prefeita de Lúdio, não somente pela contribuição de Mauro para a vitória da filha, e também, é claro, para o fortalecimento de seu nome para 2026. Isso, porém, não é pauta para a Imprensa Amiga.
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