Boa Midia

A terra que nasceu do garimpo debate a mineração

EXPOMINÉRIO – Atividade mineral é parte do contexto social e um dos pilares econômicos de Mato Grosso ao longo de sua história

Eduardo Gomes

andradeeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

Abertura da Expominério

Expominério, exposição, congresso e negócios foi um grande encontro do setor mineral realizado durante três dias na semana passada, em Cuiabá, numa promoção do governo estadual com a Assembleia, órgãos públicos, cooperativas e a iniciativa privada que atua no segmento. Foi a segunda edição anual do evento e reuniu autoridades locais e nacionais, além de um público diversificado e oriundo de vários municípios, além dos participantes locais. Duas das referências do setor mineral mato-grossense, o geólogo sênior aposentado da Companhia de Mineração de Mato Grosso (Metamat) Wanderlei Magalhães Resende, e o líder garimpeiro Gilson Cambuim resumem bem o garimpo de ouro – que é a síntese da mineração, atividade satanizada por conta de alguns tipos de abordagem jornalística sobre a mesma. Wanderlei observa que numa área de 10 hectares com extração de ouro se movimenta mais financeiramente do que noutra, com 20 mil hectares cultivados em soja ou algodão. Sem a intenção de confrontar a produção agrícola, mas para efeito comparativo, o geólogo diz que a moderna mineração, sem o uso do mercúrio e observados os cuidados ambientais, uma pequena área de extração pode resultar numa receita muito maior para Mato Grosso do que uma grande extensão agrícola. Cambuim preside a Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (Coogavepe) e a Federação das Cooperativas de Mineração de Mato Grosso (Fecomin). Segundo ele, quando a televisão exibe uma reportagem sobre extração de ouro ou diamante em área indígena, quem o faz não é garimpeiro, mas bandido, pois nenhuma atividade econômica é permitida nas terras indígenas. Na Expominério, Cambuim pediu que o cidadão observe bem a diferença entre o garimpo legalizado, fiscalizado e comprometido com o meio ambiente, e o garimpo ilegal nas terras indígenas, como sempre se vê na Terra Indígena Sararé, na faixa de fronteira. Falar sobre mineração é também focalizar Mato Grosso, que nasceu com o garimpo de ouro, desenvolveu-se com o diamante e que lidera o agronegócio nacional sendo importante pilar da política de segurança alimentar mundial graças à produtividade agrícola garantida por um dos elos de sua cadeia mineral, o calcário.

O governador Mauro Mendes alinhava uma política mineral moderna, aberta, para atrair investidores, inclusive do exterior, de modo que Mato Grosso explore suas reservas com lucratividade, gerando empregos e em conformidade com a legislação ambiental. Antes, a tentativa da criação de uma política para o setor, foi por águas abaixo.

Em 23 de maio de 2017 o então governador Pedro Taques lançou o Pró-Mineração, calcado em três eixos: legislação, meio ambiente e enquadramento às normas do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O à época secretário de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Tomczyk, e Marcos Vinícius Paes de Barros, que presidia a Metamat, não conseguiram levá-lo adiante.

Garimpo de ouro em Peixoto de Azevedo nos anos 1980

Expominério sabe que Mato Grosso não descobriu a mineração. Ao contrário, foi descoberto por ela, em sua forma rudimentar, o garimpo.

No começo do século XVII, quando o Centro-Oeste era um imenso vazio demográfico e ninguém sabia onde terminava o reino de Portugal e começava o reinado espanhol – o que a União Ibérica também não conseguia estabelecer – a aventura de bandeirantes e de bandeiras em busca do ouro lançou as sementes das primeiras cidades mato-grossenses. Assim, pelas mãos de Pascoal Moreira Cabral (em 8 de abril de 1719) aconteceu a fundação de Cuiabá na região que era referenciada pelas Lavras do Sutil.

Pela movimentação garimpeira do ouro, e em alguns casos do diamante ou ainda de ambos, a colonização mato-grossense começou com Cuiabá, Poconé, Diamantino e Rosário Oeste, e influenciou o surgimento de Acorizal, Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço, Santo Antônio de Leverger, Chapada dos Guimarães e Nobres. Pouco mais de dois séculos depois, o garimpo também fez nascer Tesouro, Guiratinga, Alto Araguaia, Alto Garças, Itiquira, Araguaiana, Poxoréu, Dom Aquino, Barra do Garças, Torixoréu, Araguainha, Ponte Branca, Alto Paraguai, Nortelândia, Arenápolis, Santo Afonso, Nova Marilândia e Denise.

Nos anos 1960 Aripuanã ganhou impulso com o ouro e Paranatinga surgiu do diamante. Na década 1970 a descoberta do ouro no Nortão resultou na fundação ou fortalecimento de Peixoto de Azevedo, Matupá, Terra Nova do Norte, Guarantã do Norte, Novo Mundo, Nova Guarita, Colíder, Nova Canaã do Norte, Alta Floresta, Paranaíta, Apiacás, Nova Monte Verde, Juara, Juína e Castanheira.

As origens urbanas de Mato Grosso são minerais. Nos anos 1970, garimpeiros lavavam o chão dos cabarés da zona boêmia na rua Bahia, em Poxoréu, com cerveja. No comércio da cidade a verdadeira moeda circulante era o diamante. O lojista José Coutinho voava regularmente para São Paulo, nos aviões da Real Transportes Aéreos, que operavam frequências em dias alternados em Poxoréu. Seo Zé Coutinho viajava para renovar os estoques com o organdi, a lingerie para as noites mais devassas das freguesas que viravam as cabeças dos garimpeiros. O dono de garimpo, pecuarista e vereador Jubal Martins da Siqueira jurava por todos os diamantes sem jaça que a metade da economia de Mato Grosso era movimentada pelo garimpo, e que a outra metade existia em função dela.

O Diamante Clube, ao lado da Rua Bahia, sempre foi o ponto de encontro da elite de Poxoréu. Nas noites de sábado, enquanto as famílias entravam para o salão de festa sempre animado com boas orquestras ou o som do maestro Marinho Franco, os boêmios tomavam o rumo da luz vermelha. No domingo, pela manhã, senhoras, prostitutas, maridos fiéis e boêmios se encontravam nos bancos da Matriz São João Batista e juntos assistiam à missa celebrada pelo Padre Pedro.

Bombaim, após o fim do garimpo e antes de ser demolido

BOMBAIM – O baiano Inocêncio de Matos montou o Bar Bombaim na Rua Batista das Neves, 39, em Alto Paraguai. Isso em 1962 e o tocou até tombar fulminado por um infarto.

O Bombaim era uma mistura de bar, restaurante, salão de jogos e ambiente caracterizado pela boa música e limpeza. Os garimpeiros respeitavam o proprietário e até mesmo a polícia entrava com cautela no estabelecimento, dizem moradores antigos.

No entorno do Bombaim havia sorveteria, cinema, outros bares, hotéis, oficinas de dragas, armazéns, cabarés, quartos alugados por prostitutas, bancos e a matriz de São José. A única construção importante distante do Bombaim era a Igreja do Senhor Bom Jesus da Lapa, construída no topo do morro que circunda parte da cidade, pelo garimpeiro baiano Nozinho da Ponte, em pagamento de promessa por ter bamburrado.

Em ruínas o Bombaim com suas 12 portas de madeira foi demolido. Com seu fim Alto Paraguai ficou sem mais uma das referências do opulento ciclo do diamante, que se estendeu durante décadas até 1995. O município perdeu a força econômica resultante da extração da pedra mais cobiçada do mundo. Restam alguns xibios é uma cidade localizada a 220 quilômetros de Cuiabá, por rodovia pavimentada, que tenta se organizar economicamente.

Nos anos 1970, o colonizador Ariosto da Riva por meio de sua empresa Indeco fundou Alta Floresta, Paranaíta e Apiacás. A meta era o cultivo de café, como lavoura-âncora, mas a descoberta do ouro na região esvaziou o interesse dos pioneiros pela agropecuária, pois o garimpo alimentava o sonho da riqueza fácil do dia para a noite.

Para retirar os garimpeiros das áreas em colonização, jagunços armados os expulsavam de forma violenta, sempre com agressões físicas. Esse método recebeu da sabedoria popular o nome de Taca. A Indeco nunca admitiu sua participação nesses episódios.

TACA – José Maria Pereira Luz é um nome estranho em Paranaíta. Porém, se alguém se referir ao Goiano, a cidade em peso sabe quem é. Pioneiro no lugar e ex-picadeiro da Indeco, Goiano trocou de profissão em 1981 e se tornou garimpeiro de ouro. Malhou em ferro frio. Foi vítima da Taca na Paranaíta que não tinha juiz, promotor nem delegado. Apanhou e foi levado na carroceria de um caminhão caçamba para Alta Floresta por jagunços armados que retiravam garimpeiros das áreas reservadas pela Indeco para venda a agricultores.

Nome mais apropriado impossível: Taca é uma espécie de chicote e esse instrumento de tortura era usado pela jagunçada que expulsava garimpeiros na região de Alta Floresta, quando dos primórdios de sua colonização, para abrir caminho à venda de lotes rurais.

O lendário avião dos Metralhas

METRALHAS – O avião foi muito importante para a atividade garimpeira e consequentemente para a colonização mato-grossense. Um deles, entrou para a história, e agora, exposto em praça pública na cidade de Alta Floresta, permanece como testemunha de um importante ciclo econômico e social mato-grossense,

Para sempre no solo independentemente que o céu seja não de brigadeiro. Não voa mais! O bimotor que prestou grande serviço ao Nortão aterrissou para sempre em Alta Floresta, a cidade que leva as suas imaginárias digitais no alicerce de seu crescimento. Agora, o bom Douglas DC-3 em sua versão cargueiro C-47 de prefixo PT-KVA é patrimônio cultural sobre um pedestal para encher de beleza os olhos dos turistas e marejar o olhar de seus passageiros nos tempos da loucura do garimpo de ouro no Nortão.

Os gêmeos Wilson Clever Lima e William José Lima, seus donos e seus comandantes, que na proeza de seus pousos e decolagens em situações climáticas muitas vezes adversas em arremedos de improvisadas pistas ganharam o apelido de Irmãos Metralha, tiraram as mãos do manche e guardaram seus brevês. Nos anos 1980 cruzando os céus do município sobre o rio Teles Pires e suas matas, o imponente C-47 carregou muito ouro, mas seu transporte mais precioso sempre foi o povo de Alta Floresta.

Os Irmãos Metralha doaram a famosa aeronave ao povo de Alta Floresta e agora ela atesta a magia do ciclo do ouro, quando praticamente não havia estradas na região e o transporte aéreo era o pulmão que bombeava ar ao coração econômico e social da cidade, nas famosas pistas de garimpo e por onde mais se possa imaginar.

William agora não mais vê do alto a cidade. Reconhecido por muitos, caminha pelas ruas entre os moradores do município, onde presidiu o Sindicato Rural; é um entre seus 5,48 habitantes por quilômetro quadrado. Seu irmão Wilson parou de voar na segunda-feira 28 de abril de 2014 quando em Araçatuba (SP) fechou os olhos para sempre, vítima das sequelas de um aneurisma. Naquela data o comandante Wilson Metralha decolou para o céu, de onde namora Alta Floresta – uma de suas grandes paixões. À noite, se transforma na mais brilhante estrela sobre a cidade que Ariosto da Riva colonizou com sua empresa Integração, Desenvolvimento e Colonização (Indeco), façanha essa que lhe rendeu o reconhecimento do jornalista, escritor e compositor David Nasser, que o chamou de “O Último Bandeirante”.

O ciclo do ouro na região Norte ou Nortão começou em meados dos anos 1970 e terminou por volta de 1995. Nesse período o Estado foi o grande ausente na região, que estava em processo de ocupação humana, e praticamente não havia estradas de acesso aos eixos rodoviários. A alternativa era o transporte aéreo, o que resultou na denominação de “Pista” para os garimpos, já que o acesso aos mesmos era por via aérea.

Uma das pistas mais famosas foi a do Cabeça, em Alta Floresta, distante 75 km daquela cidade. Cabeça era o apelido do garimpeiro paraibano Eliézio Lopes de Carvalho, que deteve os direitos minerários sobre 19 mil hectares, onde, segundo ele, seus garimpeiros extraíram 12 toneladas de ouro, e onde em seu comércio promoveu 36 shows nacionais, inclusive com Gretchen, a Rainha do Bumbum.

A malária era companheira constante nos garimpos do Nortão. Em Matupá, a Irmã Adelis fundou o Hospital da Malária, e foi um anjo de luz para milhares de garimpeiros vítimas da febre transmitida pela fêmea do mosquito anofelino. Em Novo Mundo, não muito distante de Matupá, o garimpeiro Antônio Alves da Silva, o Cacheado, fundador do lugar. Aluno da escola do mundo, Cacheado assina o nome. Ausente do banco escolar pela dureza da vida, o então garimpeiro retribuiu com grandeza essa adversidade: construiu as duas primeiras escolas de Novo Mundo.

Em Novo Mundo não havia saúde pública. Quem enfrentava a malária diretamente era o farmacêutico cuiabano e um dos pioneiros na região, Maurindo Ramos, da Drogaria Ramos.

José Coutinho, Jubal Martins da Siqueira, Maestro Marinho, Padre Pedro, Inocêncio de Matos, Goiano, Wilson Clever Lima, William José Lima, Cabeça, Irmã Adelis, Cacheado, Maurindo, cada um em sua área, mas todos ligados à grande cadeia mineral, usurparam no melhor sentido as funções do governo e Mato Grosso deve muito a eles.

Menos aventura

1988 – Rua do Comércio em Peixoto de Azevedo

Não é correto afirmar que o garimpo chegou ao fim. Mas, com certeza, ele perdeu o quê de aventura. Em 1995, a política econômica do presidente Collor de Mello e a pressão ambiental internacional deram um basta ao garimpo pelo garimpo. Começou outro tempo.

Com a restrição da atividade garimpeira, municípios entraram em parafuso. Em 1995, Peixoto de Azevedo tinha 47.049 habitantes. Hoje, são 33.599 residentes, graças ao desenvolvimento nos últimos anos, o que permite a retomada do crescimento. Com a verdadeira tranca imposta ao garimpo, houve êxodo em massa, não somente dos garimpeiros, mas do universo que gravitava no entorno do mesmo.

O esvaziamento foi muito prejudicial, mas, ainda assim, deixou heranças positivas. Acostumado à opulência e ao dinheiro fácil, o garimpeiro sempre ostenta, e uma das formas de se mostrar é seu padrão residencial. Muitos que saíram de Mato Grosso deixaram residências luxuosas, prédios e pontos comerciais bem instalados. Em Peixoto aconteceu isso.

Fora dos municípios explorados por garimpeiros, o esvaziamento não chamou a atenção para o fenômeno social que ocorria, mas o governo estadual – sem trocadilho – perdeu um grande filão de receitas tributárias indiretas.

Garimpo em Peixoto movimenta 2 bilhões anualmente, diz Gilson Cambuim

Peixoto perdeu o vaivém de milhares de garimpeiros, sobretudo maranhenses e paraenses, mas a atividade garimpeiro permanece, porém, disciplinada, e movimenta anualmente 2 bilhões de reais com a venda de 4 toneladas de ouro extraídas ano a ano. “Somos sete mil garimpeiros trabalhando em Peixoto e sete municípios no entorno”, revela Gilson Cambuim, que preside a Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (Coogavepe) e a Federação das Cooperativas de Mineração de Mato Grosso (Fecomin).

Os números sobre a extração do ouro pela Coogavepe são os únicos revelados oficialmente. Normalmente os empresários que atuam no setor são representados por executivos, que nunca falam sobre valores, e as mineradoras internacionais fazem do silêncio sua política de relacionamento com o país onde atuam.

Mato Grosso figura entre os principais produtores de ouro do Brasil secundando Minas Gerais e Pará, e disputando com a Bahia e outros estados, melhor destaque no ranking nacional. Porém, não se pode levar ao pé da letra os números disponíveis. Senão vejamos: somente a Coogavepe produz 4 toneladas/ano, e em 2023, segundo o paulistano Instituto Escolhas, a extração mato-grossense foi de 6,48 toneladas. A informação tromba com a realidade das atividades garimpeiras e de mineradoras em Poconé, Cuiabá, Nova Xavantina, Aripuanã, Pontes e Lacerda e outros polos de explotação.

Mesmo envolto em mistério, em 2022 o ouro contribuiu para a receita tributária de 109,2 milhões com o pagamento da taxa de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Deste total, 16,3 milhões retornaram para o Estado. Metade é destinada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), 25% para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e 25% para a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat). Mas, é preciso observar que o filé mignon da arrecadação é o calcário moído por empresas concentradas em Nobres e região, e que garante o emprego desse insumo mineral na maior área brasileira cultivada, e onde se destacam a soja, milho safrinha, algodão e cana-de-açúcar.

INDISPENSÁVEL – O calcário é indispensável na correção do solo no cerrado, que é o grande bioma cultivado em Mato Grosso, e sua ausência inviabilizou o primeiro projeto de colonização privada mato-grossense. Até as crianças de berço no agronegócio conhecem a sopinha de letras NPK, às vezes, também com o “S”, que é a fórmula mágica para a adubação da lavoura no cerrado, adotada desde os anos 1970, por orientação do pesquisador Hortêncio Paro e outros.

Em 1953, Paulo Yassutaro ganhou do presidente Getúlio Vargas a Gleba Rio Ferro, de 250 mil hectares, em Chapada dos Guimarães. Sua meta era cultivar pimenta-do-reino. Para tanto, seu filho Paulo Japonês recrutou mais de 50 famílias da colônia japonesa no Paraná e São Paulo e as levou para Rio Ferro. A vontade de produzir e a paciência oriental esbarravam na acidez do solo, numa época em que o calcário era figura desconhecida nos meios agrícolas no cerrado.

A malária e a contínua frustração do cultivo provocaram uma verdadeira debandada e o projeto fracassou. A área fica próxima à cidade de Feliz Natal, que hoje registra alta taxa de produtividade agrícola com o emprego do calcário que é extraído de grandes jazidas no município de Nobres, distante 400 quilômetros de Rio Ferro.

A tentativa de colonização de Rio Ferro abriu as portas de Mato Grosso à colonização japonesa.

VARIEDADE – Mato Grosso tem grandes jazidas de ouro, calcário, manganês, água mineral, estanho, diamante, agregados de construção civil (areia e brita), chumbo e zinco. Elas estão por todas as partes.

Fábrica da Votorantim em Cuiabá

Além da extração mineral, Mato Grosso também tem indústrias minerais, a exemplo das fábricas de cimento do Grupo Votorantim, em Nobres e Cuiabá, que respondem pela demanda estadual do Cimento Portland, o que confere vantagem ao consumidor, pela redução da distância da fábrica ao canteiro de obra, uma vez que o frete é importante componente no preço final do insumo.

Há reservas de minério de ferro em Cocalinho, Juara, Juína e Mirassol D’Oeste – onde também foi descoberto fosfato, numa área pertencente a Daniel Dantas. Para se dimensionar o potencial mineral mato-grossense, basta citar o pronunciamento do presidente da IMS Engenharia Mineral, de Minas Gerais, Juvenil Tibúrcio Félix, num seminário sobre mineralogia em Cuiabá e promovido em parceria pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e a Metamat. Félix revelou e detalhou sobre o depósito de minério de ferro em Mato Grosso. Citou que Juara tem 3 bilhões de toneladas desse minério e de alto teor.

Aripuanã tem a maior reserva de zinco do Brasil. Naquele município a Nexa desenvolve o projeto Aripuanã, Polimetálico (zinco, ouro, prata e cobre) que tem reserva medida de 15 milhões de toneladas e 35 milhões em fase de cubagem. A Nexa extrai 70 mil toneladas de zinco anualmente, 7,7 mil toneladas de chumbo, 2,3 mil toneladas de cobre, além de ouro e prata, numa área antes explorada pela Votorantim.

No município de Rio Branco, o projeto Monte Cristo da Prometálica Mineração está de olho no zinco, cobre, chumbo e prata. A Prometálica investe US$ 10,9 milhões na mina e a reserva de zinco é de 1,6 milhão de toneladas.

Na região de Comodoro, município na fronteira com a Bolívia e na divisa com Rondônia, a Anglo American cubou uma reserva de 60 milhões de toneladas de níquel.

Com 100 mil quilates anuais Mato Grosso é o maior produtor de diamante do Brasil e 70% das pedras são lavradas em Juína, na região noroeste. As atividades mineral e garimpeira são exercidas por figuras de todos os segmentos sociais. Em 14 de novembro de 2018, no garimpo do Porcão, em Juína, o ex-prefeito daquele município, Hermes Bergamin, morreu soterrado em um garimpo de sua propriedade.

 

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