A HISTÓRIA DO BRASIL EM POESIA – 525 ANOS !
Suziene Cavalcante*
RONDONÓPOLIS
Antes que as velas riscassem os mares…
Antes que vozes cortassem os ares…
Havia um reino de verde infinito…
Sagrado, puro, sereno paraíso!
As águas dançavam em prata e ouro…
Rios serpenteavam em leito ditoso…
E as aves, cantando, aos céus se erguiam…
Assobiando mistérios que só elas sabiam!
Naquele instante, Brasil era brisa…
Um mundo intocado, esculpido na vida!
Verde como a alma das florestas…
Azul como os mares em festas!
Salve, costa abençoada!
Que aos olhos do velho mundo surgiu…
Gigante oásis, a terra encantada…
O coração do mundo, o grande Brasil!
As lusitanas caravelas…
Chegam no coração das Américas…
O Gigante continental desperta…
Em seus mares de rutilâncias!
Brilham cocares sob o sol radiante…
Espumas e brisas em notas dançantes…
Saúdam teus esplendores reinantes, em abundância!
Após dias e dias a fio…
Ouviram o aplauso dos céus nas palmas dos rios…
Candidez lucente e jaspil…
Exuberâncias!
Pelas asas dos Pélagos, pelos caminhos estratégicos…
A Terra Morena se vestiu!
Parecia o verso de Homero…
O navegar helênico singelo…
Ou nauta que Fídias- o Eterno mediu!
No “caminho das índias “, estrada marinha…
Descobre-se a Pátria Rainha…
O caminho dos índios nas estradinhas…
O erro mais perfeito que já existiu!
Terra da Águia e da Harpía…
Cujo som fez Santos Dummont inventar, um dia,
O avião em que toda nação voaria ao céu-anil!
Eis que a terra se abre em cor…
Verde alvorada de fauna e fulgor…
E peixes dançam em corais profundos…
Na calma infinita de abismos fecundos!
Cajueiros, palmeiras em doce balé…
Belezas sem nome, indizível até…
Mastro do céu que aqui residiu…
Naturalidade, brasilidade, Brasil!
Oh chão de esplendores…
Continente de quão esplendores…
A Caravela até hoje sequer te descobriu!
O céu encarnado em teus ramos silvestres…
Deus encorporado em milhões de espécies!
O Criador e seu amor em louvor aqui descem, tão leve e purpuril!
Em tronos antigos, em folhas ao vento…
No ciclo sagrado do sol e do tempo…
Era o Brasil!
Ó alvorada em mares espumados…
Exuberante, nunca dantes desbravados…
Quando a vela branca cortou o azul anil…
Planeta- beleza, era o Brasil!
E no espelho do Atlântico é revelado…
A Terra de esplendores aveludados!
Deus compondo o sinfonir verde-amarelizado!
Era o Brasil!
Salve, ó Terra virgem do além- mar!
Que fulgor na alvorada das palmeiras de cá!
Que festa de luz nas praias douradas…
Areias de fogo, florestas em cantatas!
Onde o Poente dormiu !
O olhar da Terra, de seus primeiros guardiões…
Quem era o Gigante de brilhantes expressões?
Aqui já havia o sopro da vida em gorjeios…
Peles de cobre, cânticos vermelhos…
O saber da floresta nas almas, nos seios!
Que o vento sacudiu!
Sim, aqui já havia povos mil…
Interpretando a música dos rios…
Inúmeras tribos em belos assobios…
Há milhares de milênios aqui vivendo, e vendo o mar beijar o tempo, com batom de anil!
Nos arqueológicos sítios estivestes…
Em lindos desenhos da arte rupestre…
A sabedoria da vida silvestre no Brasil!
