Boa Midia

Nadaf e Riva

 

Meus amigos, meus inimigos: a gente se impressiona com as patifarias articuladas, ao longo dos anos, em torno do Tribunal de Contas. O que nossas elites predadoras fizeram com esta corte espanta pelo despudor.
Agora nos aparece este corrupto confesso que é o sr. Pedro Nadaf para contar que outro corrupto confesso, o sr. José Riva, teria promovido indecente leilão com a vaga ocupada por seu parceiro dileto, Humberto Bosaipo.

Sim, dezenas de processos movidos do MP documentam uma das mais temerárias parcerias criminosas que já tivemos em MT. Quando se revezaram no comando da Assembleia, Riva e Bosaipo usaram e abusaram da arte de desviar dinheiro público, conforme documentaram os promotores Fúrio e Turin.

Conta agora Nadaf que, mesmo com Bosaipo caído, submetido ao opróbrio, ainda teria propiciado novo negócio sujo para o pai da Janaína. Vejam que Riva negociou a vaga do Bosaipo para sua esposa Janete (que ingressara na política como vice de Antero na disputa do Governo, em 2002), por R$ 6 milhões.

Só que uma decisão judicial impediu a candidatura de Janete e aí, Riva, ao invés de recuar, teria bolado nova trama: vender a vaga do Bosaipo para Silval, outro corrupto confesso que aparece nesta história, por R$ 10 milhões. Fechada a negociata, Riva pagaria Bosaipo e ainda ficaria com belo troco.

Ora, não foi à toa que a Serys apresentou no Senado a PEC 90/07 propondo a extinção de todos os Tribunais de Conta. É que essas cortes se transformaram em verdadeiros antros para a corrupção. Os fatos revelados em MT falam por si.

Existe demorado processo que investiga os 12 milhões que teriam sido pagos para a compra da vaga de conselheiro por Sérgio Ricardo, político também acusado de corrupção, mas que ainda não confessou. Mas pensem comigo: essa patifaria vem rolando no TCE há muito tempo.

Quanto será que custou a dupla Dante e Antero transformar tantos dos seus parceiros de governo em privilegiados conselheiros? E os indicados pela família Campos, quanto será que pagaram? Quanto será que receberam?

Desde que se tornou, aparentemente, um puxadinho das jogadas de poder, depois da Lava-Jato, o MP, federal ou estadual, não faz estas perguntas e, pior, não faz essa investigação. Para saber dos crimes, ficamos dependendo da deduragem de corruptos confessos como Nadaf e Riva.

 

Enock Cavalcanti, jornalista e blogueiro, é editor de Cultura do Diário de Cuiabá

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