NÓ NO TRÂNSITO: Governo aluga leitor ótico de placas, não os utiliza e quer devolvê-los
Festa sim, pois a data era muito importante: nove anos de reativação do Batalhão de Trânsito Urbano e Rodoviário da Polícia Militar, mas a solenidade, na sexta-feira, 22, teve gosto de cabo de guarda chuva. Afinal, a grande ferramenta eletrônica para identificação instantânea de veículos roubados, furtados ou com impedimento para circulação, o OCR, que foi destaque naquela unidade, está desativado e será devolvido à empresa que o aluga ao governo de Mato Grosso – Isso por conta de uma estranha ordem.
Desde meados do ano passado, o OCR está desativiado. Um OCR, não; dois, pois a Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran) também tem um, desativado por igual período.
Afinal o que é OCR? (Na sigla em inglês OCR) é um leitor ótico dos caracteres alfanúmericos de placas de veículos, que permite identificar, de imediato, dezenas de carros mesmo em movimento, melhorando a resolutividade nas blitze e liberando policiais e agentes de Trânsito para outras atividades ao longo das operações.
Em 2017 Mato Grosso alugou dois desses leitores óticos e paga R$ 20 mil mensais por cada um. Seu desempenho nos primeiros meses foi considerado altamente positivo tanto em Cuiabá, quanto em Várzea Grande e em algumas cidades onde foram realizadas blitze integradas da Segurança Pública. Porém, o que era doce, azedou em março de 2018, quando policiais realizaram blitz na rodovia MT-010 no acesso aos bairros nobres dos Florais, em Cuiabá, onde reside boa parte da elite governante, parlamentar, do Judiciário e Ministério Público. Bastou os protegidos do governo sentirem no bolso a ação do OCR, para que uma estranha ordem fosse dada ao Batalhão de Trânsito e a Deletran: recolham as engenhocas eletrônicas.
Desde a estranha ordem nenhum OCR foi mais aplicado na segurança do trânsito. Esse mistério começou no governo de Pedro Taques e prossegue com seu sucessor o democrata Mauro Mendes. Cheios de teia de aranha os dois leitores óticos eram mantidos em viaturas das duas instituições do Trânsito, mas o que era ruim, piorou: em dezembro do ano passado, a locadora de boa parte da frota policial mato-grossense passou a recolher ao seu pátio tantas viaturas quanto podia encontrar. A razão: calote na locação.
Preocupados com o recolhimento das viaturas com OCR, Batalhão de Trânsito e Deletran os retiraram dos veículos, mas não podiam operacionaliza-lo por conta da estranha ordem que atravessou de um para outro governo. Essa revelação é de um servidor da Secretaria de Segurança Pública. Enquanto os leitores óticos são mantidos inativos, o contribuinte paga mensalmente R$ 40 mil por sua locação. Em um ano de ociosidade somada ao destempero da má gestão, Mato Grosso desembolsou R$ 480 mil para a empresa dona dos mesmos.
Muito pior ainda
Temor generalizado na esfera do Trânsito. Isso mesmo. A mesma fonte da Segurança Pública revela que o governo devolverá os dois leitores óticos. A devolução, segundo um oficial da Polícia Militar, “é retrocesso, pois OCR é adotado em todas as regiões brasileiras”. Além do recesso – acrescenta – o governo ainda terá que pagar multa rescisória.
Em suma: não é fácil a tarefa da Segurança Pública, tomando-se por base o caso do OCR: uma blitz que autua figuras poderosas do governo resulta na sua desativação. A desativação por sua vez tem o custo mensal de R$ 40 mil (com o OCR em ação, o governo tem bom volume de receita oriunda de multas). O calote na locação de viaturas reduz a frota e leva policiais a recolherem o OCR. Esse ciclo se fechará com a anunciada devolução dos leitores óticos.
Redação
FOTOS:
! – Arquivo ilustrativo
2 – Soldado PM Rodrigues
3 – blogdoeduardogomes em arquivo
Vergonha
Lúcia Helena – Professora – Cuiabá – via Facebook
Matéria contendo notícias que tentam denegrir a imagem do antigo governador, e respingar no atual.
É tanta falta de informação do site, registrando erros primários, iniciando a matéria com a foto de um equipamento que em nada tem haver com os equipamentos obsoletos adquiridos na gestão do Dr. Pedro Taques.
Notícia jornalística é aquela pesquisada através da obtenção e visita aos órgãos citados, de modo relatar a realidade, transmitindo e relatando a verdade, nua e crua, e não fake.
Uma vergonha.
A foto é meramente ilustrativa, para preservar a fonte – isso fica claro pra quem entende de jornalismo. Ambos os aparelhos têm a mesma função. O texto é correto, ainda que desagrade assessoria, pois:
O governo locou os aparelhos.
Paga R$ 20 mil mensais por cada um.
Ambos estão desativados como sustenta o texto.
As viaturas foram recolhidas pela locadora por falta de pagamento (a foto mostra algumas delas).
A prudência fez as autoridades guardarem os dois aparelhos para que não fossem recolhidos juntamente com as viaturas.
Acho que não há nada mais a acrescentar.