‘Guerra’ por matriz de transporte tira ônibus das ruas em Cuiabá
Atraso salarial oficialmente é a razão da paralisação do transporte coletivo em Cuiabá e Várzea Grande, iniciada nesta segunda-feira, 10, e sem previsão de retomada da normalidade, No entanto, nos bastidores, o quê do movimento seria pressão para a retomada da obra do veículo leve sobre trilhos (VLT). Os funcionários do transporte alegam que não receberam o salário de maio. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano do Estado de Mato Grosso reconhece o problema, que se arrasta há 6 meses. Um acordo entre as partes teria definido que diante da alegada crise enfrentada pelas empresas que operam os ônibus – com o sobe e desce da tarifa – a folha salarial passaria a ser quitada no quinto dia último do mês subsequente ao trablhado, o que não aconteceu na sexta-feira, 7.
Sem o salário os funcionários decidiram cruzar os braços. Porém, essa decisão somente foi tomada após a manifestação de lideranças do sindicato da categoria – que segundo uma fonte política confiável, teria o dedo do interesse pela retomada da obra do VLT, que está paralisada desde novembro de 2014.
Independentemente da justa reivindicação dos salários dos funcionários do sistema, estaria em curso um lobby muito forte para pressionar o governador democrata Mauro Mendes pela retomada da obra. Em 6 deste junho Mauro pediu 30 dias de prazo para decidir se leva adiante o projeto do VLT ou o sepulta definitivamente. “O momento da pressão (pelo VLT) é agora”, salienta a fonte.
Além da paralisação e paralelamente a ela, o interesse pelo VLT teria articulado com lobistas para ocuparem espaço na mídia defendendo com unhas e dentes o sistema de transporte sobre trilhos. Figuras que nunca se manifestaram, de uma hora para outra estariam vestindo a camisa do VLT.
VLT foi o sistema de transporte idealizado pelo então presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, quando Mato Grosso se preparava para construir o modal BRT (sigla em inglês de Bus Rapid Transit que em livre tradução seria ônibus de trânsito rápido), que é feito por õnibus articulados em canaletas preferenciais, a exemplo do que acontece em Goiânia.
CAOS – Alheio ao que acontece, os 270 mil usuários do sistema nas duas cidades enfrentam dificuldades. Táxis, veículos de aplicativos e mototaxis são alternativas, porém inacessíveis para boa parte dos que dependem dos ônibus.
Tentando minimizar o caos no trânsito com o aumento de veículos leves em circulação, a Prefeitura de Cuiabá liberou para todos os veículos, até às 12 horas desta segunda, os 14 quilômetros de vias exclusivas para os ônibus.
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: blogdoeduardogomes
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