Rondonópolis bateu o pé e gritou muito contra a construção da penitenciária regional na vila de Mata Grande, à margem da Rodovia Osvaldo Cândido Moreno, a MT-130, mas o governador Carlos Bezerra não deu bola e levou adiante o projeto, que foi custeado pelo governo federal com contrapartida estadual. Pronta, em 1990, depois de quatro anos em obra, a mesma ganhou o nome de Penitenciária Regional Major Eldo de Sá Corrêa, mas é conhecida pelo nome da região que a recebe: Mata Grande.
Mata Grande não é diferente do sistema penitenciário nacional. Com capacidade para 828 presos, costuma abrigar em média 1.500 e até mais.
Cosiderada de segurança máxima, Mata Grande de vez em quando ganha manchetes por fugas. Quando foi inaugurada era o maior estabelecimento penal mato-grossense; agora, a Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, carrega este título.
O nome da penitenciária nasceu de uma lei de autoria do deputado estadual e criminalista Willian Rodrigues Dias, de saudosa memória.
Mortes de um rondonopolitano
Luiz Carlos Ferreira dos Santos, o Luizão, era figura das mais conhecidas em Rondonópolis. Apaixonado por futebol, treinava equipes amadoras e incentivava jovens atletas sonhadores.
A principal atividade de Luizão era o esporte amador, embora fosse pedreiro categorizado, com reconhecimento pelos construtores, que sempre o contratavam.
Como nenhuma dessas profissões conseguiu enriquecer alguém em Rondonópolis, não seria ele a exceção.
O endividamento chegou a um ponto insuportável e Luizão não teve outra saída senão a Rodovia BR-163. Pegou um ônibus e se mandou para São Paulo.
Depois de um certo período na capital paulista, Luizão, usando outro nome, telegrafou a um amigo em Rondonópolis dando conta de seu próprio falecimento: “comunico lamentavel falecimento de luizao em sao paulo vg por atropelamento pt – joao francisco”.
PS – Extraído do livro “Dois dedos de prosa em silêncio pra rir, refletir e arguir” publicado em 2015 pelo jornalista Eduardo Gomes de Andrade com ilustração de Generino
Uma minoria sempre vai na contramão da maioria