Conselvan é um distrito de Aripuanã, distante 80 km da sede, por rodovia de chão batido. Naquela localidade com mais de seis mil habitantes incluindo sua zona rural, o cidadão enfrentava problema tanto na vida quanto depois de morto, por falta de um cemitério local, o que levava o sepultamento para Aripuanã.
A falta do cemitério era uma mistura de descaso da prefeitura ao longo de anos e da balbúrdia agrária, pois os terrenos na localidade, em sua grande maioria, são devolutos, o que é uma barreira para investimento público.
De 2021 a 2023 a prefeitura bateu cabeça por uma área para construir o cemitério de Conselvan. Finalmente, no ano passado, o produtor rural Valdir Ferreira da Silva doou uma área de 10.013 m² para sepultamentos e nela a prefeitura criou o Cemitério Miguel dos Santos Costa.
É noite em Conselvan
Assim, aconteceu com Conselvan, onde os corpos passaram a ser sepultados, mas o mesmo ainda não recebeu a infraestrutura: falta o muro, um salão para velório e o calçamento das alamedas entre os túmulos.
Assim é Mato Grosso.
Conselvan, distante 950 km de Cuiabá, tem um cemitério ainda incompleto, é carente de regularização fundiária e cada morador se vira como pode para ter água na torneira, buscando-a em cisternas ou poços artesianos. Isso sem contar que o lugar não tem hospital e a medicina é ‘exercida’ pelo ‘Dr. Ambulância’. Como se esse cenário ainda não bastasse a segurança pública é feita pela presença simbólica da Polícia Militar.
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Em Conselvan o governo de Mato Grosso costuma marcar presença com operações ambientais com cobertura de forte aparato policial. Fora destas ações, é palpável o vácuo do Estado.
Pior é que este cenário se repete, em condições análogas, em dezenas de vilas, distritos e pequenas cidades em todas as regiões.
Em suma: Conselvan está em Mato Grosso, mas Mato Grosso não está em Conselvan.