Eleição é marco temporal para nova saúde pública em Rondonópolis
Por
Eduardo on 29 de setembro de 2024
Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
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Em tom inquisidor Thiago Silva (MDB) elevou a voz e questionou Claudio Ferreira (PL) por que o mesmo destinou um milhão e meio de reais por meio de uma emenda parlamentar para Alto Garças investir em saúde, ao invés de contemplar Rondonópolis? Possivelmente alguns dos que assistiam ao debate dos candidatos a prefeito de Rondonópolis pela TV Cidade da Rede Record, na noite do sábado, 28, podem ter pensado que Claudio deixou seu município em segundo plano ao optar por Alto Garças, mas não é bem assim e tanto o questionamento de Thiago quanto o posicionamento de Claudio precisam ser passado a limpo.
Rondonópolis não é uma simples cidade, mas a sede de um município complexo, que vai muito além de seus limites territoriais e se espalha por outros 18 municípios, que juntamente com ele compõem o Consórcio Regional de Saúde da Região Sul de Mato Grosso, que responde pela jocosa sigla CORESSMT, e que representam uma área territorial de 89 mil km² onde caberia com folga a Suíça e a Bélgica.
O modelo administrativo criado pelos consórcios intermunicipais de saúde define que o município melhor estruturado seja a referência regional para atendimento aos pacientes regulados pelo SUS. Assim, Rondonópolis pelo Hospital Regional e a Santa Casa, é o destino das ambulâncias que são os verdadeiros doutores em muitas localidades.
A grande demanda cria filas de espera, retarda a realização de exames e congestiona os leitos. Para administrar Rondonópolis é preciso sabedoria, planejamento e visão de governo. Até o menos qualificado dos indivíduos entende que investimento em saúde nos municípios do CORRESMT desafoga a Santa Casa e o Hospital Regional.
Ao destinar a emenda para Alto Garças, Claudio estendeu a mão aos moradores daquele município e contribuiu para melhorar o funcionamento da rede pública de saúde em Rondonópolis. Thiago, sem querer ou por inexperiência ou ainda por incompetência, viu no ato de Claudio algo grave, censurável. Na exiguidade do tempo diante das câmeras, normalmente os participantes de debate não conseguem responder todos os questionamentos. Creio que isso aconteceu com Claudio.
A saúde pública tem que ser levada em conta na hora do voto. O futuro prefeito precisa agir por analogia como o fez Claudio. Claro que não se pode pensar em levar um neurocirurgião para Araguainha, onde residem 1.010 cidadãos, porque o mesmo ficaria praticamente ocioso, enquanto a demanda em Rondonópolis é grande. Mas para administrar bem a cidade de Daniel Moura é necessário entender que os problemas em São José do Povo, Tesouro ou São Pedro da Cipa refletem no dia a dia da população rondonopolitana.
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A dimensão do município requer conhecimentos administrativos de extraterritorialidade, o que Thiago deixou claro não ter, por sua postura no debate da TV Cidade. Os conceitos de região metropolitana e aglomerado urbano nos mostram que é imprescindível a criação de sistemas comuns de tratamento de resíduos sólidos, de logística reversa para embalagens de agrotóxicos, transporte escolar em determinadas circunstâncias, segurança e – principalmente – saúde pública. A emenda de Claudio para a saúde em Alto Garças foi um ato de competência na vida pública, pois ele enquanto parlamentar abriu portas para o prefeito daquele município melhorar o atendimento aos pacientes regulados pelos SUS.
Investir na saúde pública na área de predominância de Rondonópolis é uma das formas de melhorar a saúde pública rondonopolitana. Lamentável que Thiago, deputado estadual, não demonstre a sensibilidade necessária para fazer de seu mandato uma ferramenta pela defesa regional rondonopolitana. Que ele opte por investir na compra de imóvel na paradisíaca Chapada dos Guimarães e em Cuiabá, em detrimento de Rondonópolis é um direito dele – quantos políticos não fizeram o mesmo? Mas, daí a satanizar aporte financeiro para desafogar a Santa Casa e o Hospital Regional é algo inadmissível.
Ainda sobre o debate, Paulo José (PSB) foi discreto e procurou associar seu nome ao do prefeito Zé Carlos do Pátio (PSB), que é seu padrinho político. A associação de Paulo José a Zé do Pátio, o desconhecimento de Thiago e a sensibilidade de Claudio com a emenda para Alto Garças nos mostram o quadro político que luta pela prefeitura.
Sobre Thiago e Claudio o texto foi bem claro. Quanto a Paulo José, segundo suas próprias palavras, ele será o continuísmo do estilo de administrar de seu padrinho, que durante todos os anos, meses, dias, horas, minutos e segundos esteve em pé de guerra com a Santa Casa. Vejo a candidatura de Paulo José como um round a mais desta luta, quando sabemos que a Santa Casa precisa de um prefeito que lute por ela e não contra ela.
O continuísmo carrega uma mácula dentre tantos erros. Em junho de 2020 a secretária de Saúde de Rondonópolis, Izalba Diva de Albuquerque Oliveira, foi afastada do cargo por determinação judicial, durante uma investigação para apurar a compra supostamente superfaturada e inócua de insumos ditos de combate à pandemia da Covid-19, sem licitação. Generosamente a Câmara Municipal abortou toda e qualquer possibilidade de investigação daquele escândalo na esfera parlamentar.
Que venha 6 de outubro e que aquela data signifique o marco temporal para uma nova saúde pública em Rondonópolis.
Essa matéria evidencia a inexperiência do candidato TS e mostra a sensibilidade do nosso Prefeito CF Cláudio, que é um visionário, e com certeza vai cuidar de Roo como o jardineiro cuida do seu jardim. Parabéns, pena que o eleitor não lê para entender isso.