Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com
Uma entrevista onde o entrevistado mais ouviu do que falou. Assim, foi o tom de minha conversa com o empresário e agrônomo Odílio Balbinotti Filho, na sede de sua empresa, em Rondonópolis, na quarta-feira, 4. Mesmo com a inversão jornalística do encontro, ouvi o suficiente para transmitir ao leitor que Balbinotti não tem filiação partidária, que em janeiro assinará ficha de filiação ao PL e que planeja disputar a indicação partidária para concorrer ao governo. De quebra, senti o pulso do homem que pretende governar Mato Grosso no tocante àquele que seria seu governo.
Conheci Balbinotti em Rondonópolis, no ano de 1987. À época, ele era um jovem que participava de um grande e inconsciente movimento de agricultores que resultou na mudança do perfil de Mato Grosso retirando-o da incômoda condição de Estado periférico e conferindo-lhe a responsabilidade de um dos pilares da política de segurança alimentar mundial.
Balbinotti vivia em nossa Rondonópolis, mas com o olhar voltado para o alto da Serra da Petrovina, em Alto Garças, onde sua família cultivava lavouras no cerrado e participava do pioneirismo da produção de sementes, sobretudo de soja.
Discreto. Balbinotti acompanhava de perto a ocupação do vazio demográfico no Nortão, Vale do Araguaia, na região de Rondonópolis, na faixa de fronteira, e percorria o labirinto do poder em Cuiabá, defendendo a criação de uma política social que assegurasse a expansão agrícola ordenada e que ao mesmo tempo amparasse o cidadão, sobretudo aquele que vivia nas periferias da capital.
No dia a dia do jornalismo, Balbinotti quase não tinha espaço e quando recebia citação era por conta de sua atuação classista na Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) e na Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), ambas instituições apolíticas e focadas exclusivamente em suas funções. Desta forma, ele sempre foi descartado do noticiário, e inclusive acontece o mesmo, no momento, quando exerce a função de presidente do Conselho Curador da Fundação MT.
Minha intenção ao procurá-lo para a entrevista era associá-lo a Rondonópolis, claro que incluindo sua condição de postulante a uma candidatura ao governo, mas nossa conversa foi tão abrangente, que não poderia postá-la na série temática sobre a aniversariante que completa 71 anos neste dia 10.
No nosso encontro, Balbinotti passeou pela potencialidade econômica de Mato Grosso, por sua realidade socioeconômica; pelo regionalismo em razão da localização do Estado, que ao mesmo tempo que o deixa ao lado da Bolívia o faz vizinho de Rondônia, Amazonas, Pará, Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul.
A abordagem de Balbinotti extrapola o regionalismo rondonopolitano e a deixo para uma postagem exclusiva, em breve. Mesmo assim, adianto que o questionei sobre três temas que a curiosidade mato-grossense quer ouvir, de imediato.
Primeiro:
BLOG DO EDUARDO GOMES – Balbinotti, você tem filiação partidária?
ODÍLIO BALBINOTTI FILHO – Não, mas sou conservador de direita, o chamado raiz.
BLOG – Procede que você se filiará ao PL de Bolsonaro?
BALBINOTTI – Sim. Por vontade própria e também atendendo a um grande e expressivo grupo de amigos e companheiros de posicionamento.
BLOG – A data da filiação está definida?
BALBINOTTI – O dia ainda não, mas espero que seja em janeiro. Já conversei com os presidentes do PL, Costa Neto (nacional) e Ananias Filho (regional). E também falei com os prefeitos Cláudio Ferreira, Abílio Brunini (Cuiabá) e Flávia Moretti (Várzea Grande); com o deputado federal José Medeiros; e com os deputados estaduais Cattani e Elizeu Nascimento, além de vereadores, dirigentes comunitários, produtores rurais, empresários, estudantes e um universo bem representativo de Mato Grosso.
Segundo:
BLOG – Sua eventual candidatura ao governo seria um confronto interno com o senador Wellington Fagundes:
BALBINOTTI – (Sorrindo) – Jamais. É melhor que o partido tenha dois nomes do que um. Mas, tudo se decidirá ao longo do próximo ano, do modo mais democrático possível. Temos que levar em conta que precisamos eleger governador, vice-governador, senador, deputados federais e deputados estaduais.
BLOG – E Tânia Balbinotti?
ODÍLIO – (Mais uma vez sorrindo) – Minha mulher, (a empresária e farmacêutica) Tânia Balbinotti sempre esteve presente nas causas sociais da região de Rondonópolis, representadas pela Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, enquanto voluntária. É esse o espírito que quero levar como inspiração para meu mandato, caso seja eleito governador.
PS – O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto e Odílio Balbinotti, pai do meu entrevistado, cumpriram cinco mandatos consecutivos de deputado federal, juntos, com Balbinotti representando o Paraná, e Costa Neto, São Paulo.
Tânia e Odílio Balbinotti integram o Conselho Consultivo criado pelo prefeito eleito Cláudio Ferreira, para ampliar os horizontes de sua administração; Odílio Balbinotti o preside. Tânia foi escolhida pelo prefeito para a Secretaria de Saúde e aceitou.
Mais uma vez, parabéns pela entrevista! Mostrou a todos quem é Odilio! Eu mesmo só o conhecia de ouvir falar
André Bringsken – prefeito de Vila Bela da Santíssima Trindade