Eduardo Gomes
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No começo dos anos 1980 Cooflasul era o nome da vila num ponto do município de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Chapadão do Parecis, na faixa de fronteira, perto de Rondônia, e recebia intenso fluxo migratório de sulistas em busca de espaço para cultivar lavouras e progredir. Quem colonizava a vila de nome estranho era o empresário, produtor rural e político Valdir Masutti. A região recebia maciços investimentos do governo estadual e Masutti queria transformar seu vilarejo em cidade, mas antes o mesmo teria que ser distrito. Assim foram os primeiros passos do lugar, que ao ser elevado a distrito recebeu o nome de Campos de Júlio.
Coflasul era a sigla da Cooperativa Agrofloresta Sulina Ltda., atuante na região, que ao ser elevada a distrito em 13 de maio de 1986, por uma lei sancionada pelo governador Júlio Campos, passou a pertencer ao município de Comodoro, criado na mesma data por Júlio Campos.
Masutti reconhecia o trabalho desenvolvido por Júlio Campos em sua região, e decidiu homenageá-lo dando ao distrito o nome de Campos de Júlio – a inversão do prenome com o nome do governante e também em alusão aos campos de cultivo de soja que desde então predominam no Chapadão do Parecis, que é a maior área de cultivo agrícola contínua do mundo, com 22 milhões de hectares em Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
Assim surgiu a denominação de Campos de Júlio, que foi mantida em 28 de novembro de 1994, quando o governador Jayme Campos sancionou a lei transformando o distrito em município.
REGIÃO – Quando da criação do distrito de Campos de Júlio, a região recebia um grande volume de obras e ações do governo estadual.
Estava em curso a pavimentação da BR-174 ligando Cuiabá a divisa com Rondônia, em Vilhena, cruzando Pontes e Lacerda, num trajeto de 750 km; a pavimentação facilitou e estimulou a consolidação de Campos de Júlio, distante 75 km de Comodoro. Além daquela obra rodoviária, Mato Grosso construía a Rodovia Trans-Mato-grossense ligando Tangará da Serra a Juína, num trajeto de 490 km numa extensão cruzando Campo Novo do Parecis e Brasnorte, e facilitando o acesso a Sapezal – que ainda não existia – e Campos de Júlio, via Campo Novo do Parecis.
Naquele período, na região, em nome da política de integração e interiorização de Mato Grosso, o governador Júlio Campos emancipou Comodoro, Porto Esperidião, Reserva do Cabaçal, Figueirópolis D’Oeste e Indiavaí.
Masutti com sua visão política entendia a importância daquele período para o desenvolvimento não somente de Campos de Júlio, mas do Chapadão do Parecis. Em 1988 Masutti foi eleito o primeiro prefeito de Comodoro, mas não viu a emancipação de seu distrito: foi assassinado em 15 de fevereiro de 1994.
Com 9.608 habitantes e área territorial de 6.792,808 km², Campos de Júlio é um dos principais municípios do agronegócio mato-grossense e tem a 10ª maior renda per capita municipal do Brasil, com R$ 455.828,10, pouco abaixo de Paulínia (SP), com R$ 457.517,70; Paulínia é a sede da Refinaria do Planalto (Replan), da Petrobras, que dentre outras regiões fornece combustível para Mato Grosso. Os demais municípios são polos de extração mineral.
O prefeito de Campos de Júlio é Irineu Marcos Parmeggiani, o Parma (União).
COOFLASUL – Mato Grosso tem municípios com belos nomes das empresas que os colonizaram, e Cooflasul soaria estranho. Desta relação fazem parte:
Sinop – Sigla da Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná, dos colonizadores Enio Pipino, Nilza Pipino e João Pedro Moreira de Carvalho.
Colíder – Sigla da Colonizadora Líder, de Raimundo da Costa Filho.
Cotriguaçu – Sigla da Cooperativa dos Triticultores de São Miguel do Iguaçu (Cotriguaçu), da qual derivou a Colonizadora do Aripuanã S/A., que criou Cotriguçu.
Confresa – Sigla da Colonizadora Frenova Sapeva.
Santa Rita do Trivelato – fundado pela Colonizadora Trivelato.
São Pedro da Cipa – variação que faz referência à Companhia Industrial Pastoril e Agrícola, que colonizou Jaciara, da qual São Pedro da Cipa foi distrito.
Fotos:
1 – Eduardo Gomes
2 – Assessoria ALMT
3 – Prefeitura de Campos de Júlio
Cooflasul
As aulas continuam só quem não fica animado com o conhecimento é quem não abre a matéria
Josue Murta Brandão – professor – Rondonópolis
Verdade. Tudo isso aconteceu
Nazário Frazão – Rádio Primeira Capital FM -Vila Bela da Santíssima Trindade