Antes da divisão territorial que criou Mato Grosso do Sul, basicamente toda energia em Mato Grosso era gerada por conjuntos estacionários diesel da extinta estatal Centrais Elétricas de Mato Grosso (Cemat). À época havia apenas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Agora, linhões interligam o Estado aos demais e sua geração alcança 3 mil MW. A maior hidrelétrica é a Teles Pires, que gera 1.820 MW.
No começo dos anos 1980 Mato Grosso ganhões linhões de energia, que interligavam Cuiabá e cidades do percurso até Goiás ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Em 2000 o presidente Fernando Henrique Cardoso acionou a primeira turbina do Aproveitamento Múltiplo de Manso (APM Manso), no rio Manso, em Chapada dos Guimarães, com capacidade para 212 MW na ponta. Dois anos depois entrou em operação a Termelétrica Mário Covas, em Cuiabá para 480 MW em ciclo integrado – gás de origem boliviana ou diesel. De importador de energia Mato Grosso passou a exportador
Atualmente 215 empreendimentos – a grande maioria PCH – geram energia em Mato Grosso, oito estão em obra e 22 aguardam recursos para iniciarem suas construções.
MAIOR – A usina hidrelétrica (UHE) é a Teles Pires, no rio do mesmo nome, na divisa de Mato Grosso e Pará, é a maior. Com cinco turbinas essa UHE gera 1.820 MW, energia suficiente para a demanda residencial de 5 milhões de consumidores. Seu reservatório tem 95 km² e o rio sofre represamento em 70 quilômetros.
Sua altura máxima é de 80 metros com queda bruta de 59 metros e extensão de 1.650 metros. O raio direto tem 84% em Paranaíta e 16% no município de Jacareacanga (PA), considerando-se a divisa atual entre os dois estados, que é objeto de questionamento no Supremo Tribunal Federal por parte de Mato Grosso.
A usina dista 85 quilômetros de Paranaíta, no Nortão, e recebeu financiamento de R$ 5 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Estima-se que cinco mil operários e técnicos trabalharam em sua construção.
EDUARDO GOMES/blogdoeduardogomes
Foto/ UHE TELES PIRES