2017 – A estranha amnésia institucional da UFMT

Presidente Médici

CUIABÁ, 10 DE DEZEMBRO – A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) completa 47 anos de fundação.

História não se reescreve; se transcreve, e esse princípio não exclui a UFMT.

Seria redundante focalizar a UFMT por sua importância enquanto instituição irradiadora de conhecimento, de ciência e de qualificação profissional por seus cursos de graduação, mestrado,doutorado, especialização e extensão.

Seria repetitivo citar que a política de capilarização desenvolvida pelo UFMT atende o público universitário em sua região, pelos campi em Rondonópolis, Sinop, Barra do Garças/Pontal do Araguaia, e que em breve será ainda mais abrangente, quando o campus de Várzea Grande ganhar consistência funcional.

Seria chover no molhado mostrar a relevância do Hospital Universitário Júlio Müller, instalado em Cuiabá, no âmbito da Saúde Pública mato-grossense.

Não se faz necessário observar que o campus de Rondonópolis está a um passo para se transformar em universidade autônoma, tanto quanto a UFMT que o gerou.

Não é preciso afirmar que milhares de alunos formados pela UFMT atuam em suas áreas no mercado de trabalho tanto em Mato Grosso quanto em outros estados e até no exterior.

Não seria inédito dizer que a estrutura da UFMT é grande geradora de emprego numa cadeia laboral que começa pelo servidor mais humilde e chega ao profissional da mais alta qualificação.

Todos os mato-grossenses sabem que a UFMT é divisor de época e que Mato Grosso tem dois períodos distintos: um anterior e outro após a criação de sua  grande Universidade.

Ministro Jarbas Passarinho

Todos os formadores de opinião valorizam a UFMT.

Todos os jovens em idade escolar em Cuiabá e nos demais municípios mato-grossenses sonham em um dia chegar à UFMT.

A grande Universidade dos mato-grossenses é respeitada, querida, valorizada, reconhecida e importante para todos direta e indiretamente.

A grande Universidade dos mato-grossenses é uma instituição nova se vista pela amplitude histórica do mecanismo público brasileiro.

A grande Universidade dos mato-grossenses mesmo nova sofre amnésia institucional sobre sua origem.

Essa Universidade não surgiu num passe de mágica.

Essa Universidade não nasceu de ideologia.

Essa Universidade foi criada pelo Estado Brasileiro para seu povo.

A criação da UFMT foi planejada como parte da política de integração nacional voltava para a Amazônia, que tinha o bordão “Integrar para não entregar”. Essa política, nos anos 1960, 70 e 80 também contemplou Mato Grosso  com rodovias pavimentadas para Brasília, Campo Grande, Porto Velho, Alta Floresta-Cuiabá, Barra do Garças-Cuiabá; com telefonia DDD e DDI, pela Embratel; com a abertura da BR-163 e o consequente povoamento do seu eixo no Nortão, entre Nova Mutum e Guarantã do Norte (cidades que a exemplo de tantas outras nasceram com a obra daquela longitudinal); com programas de financiamento para a atividade agropecuária; e com várias outras obras e programas sociais.

A Uniselva, nome de apresentação da UFMT, foi inserida ao “Integrar para não entregar” pelo ministro da Educação e coronel do Exército Jarbas Passarinho, um brilhante homem público nascido no Acre e domiciliado no Pará, condição essa que somada aos ensinamentos por ele recebido na Academia Militar despertaram seu desejo de interiorizar o ensino superior na área amazônica.

Passarinho expôs ao presidente da República, general Emílio Garrastazu Médici,  a proposta de criação da Uniselva. Médici a aprovou de imediato. Mato Grosso ganhava sua grande Universidade.

Direção universitária é função que exige serenidade, competência e isenção ideológica. Médici e Passarinho não poderiam ter escolhido um nome melhor para dirigir a Uniselva em seus primeiros passos e eles entregaram sua reitoria ao médico cuiabano Gabriel Novis Neves, que é uma das reservas morais mato-grossenses.

Reitor Gabriel Novis

Numa justa homenagem o campus da UFMT foi denominado Professor Gabriel Novis Neves.

Lamentavelmente a UFMT pratica a intencional amnésia histórica sobre sua criação. Seu site omite os nomes de Médici e Passarinho. Essa conduta é deplorável, vergonhosa e ultrajante. A grande Universidade dos mato-grossenses não é propriedade de grupelhos ideológicos de esquerda, que tentam reescrever a história brasileira do modo que melhor lhes convém.

Os deturpadores da história da UFMT sabem que aquela Universidade não é feudo ideológico, mas sim, um bem coletivo nacional. Tais figuras menores passarão e a instituição continuará. No amanhã, quando a racionalidade sepultar a última viúva da Praça Vermelha, Mato Grosso encontrará na divulgação institucional da velha Uniselva o DNA de sua origem, hoje abafado numa tentativa insana de desqualificar o presidente Médici e o ministro da Educação Jarbas Passarinho.

O momento é de celebrar o aniversário da UFMT, mas sem deixar que o espírito festivo exclua quem proporcionou que ele existisse.

Parabéns UFMT.

Parabéns presidente Médici.

Parabéns ministro Jarbas Passarinho.

Parabéns reitor Gabriel Novis Neves.

Parabéns Mato Grosso .