MATO GROSSO, 19 DE ABRIL – Um a um, nove homens foram torturados e executados a tiros, golpes de facão e marretadas. A chacina, na Linha 15 da Gleba Taquaruçu do Norte, distrito de Guariba, município de Colniza, na área da divisa de Mato Grosso com Rondônia e Amazonas, chocou a população da região, acostumada à violência que nasce da luta pela posse da terra e pela retirada clandestina de madeira.
Izaul Brito dos Santos, 50; Ezequias Santos de Oliveira, 26; Samuel Antônio da Cunha, 23; Francisco Chaves da Silva, 56; Aldo Aparecido Carlini, 50; Edson Alves Antunes, 32; Valmir Rangeu do Nascimento, 55; Fábio Rodrigues dos Santos, 37; e o pastor da Assembleia de Deus, Sebastião Ferreira de Souza, 57 foram as vítimas de tortura seguida de morte.
O promotor de Colniza, Willian Oguido Ogama, denunciou o suposto mandante e quatro homens que seriam pistoleiros integrantes de um grupo que age com máscaras assassinando e ‘limpando’ (retirando com ou sem violência) invasores de lotes.
MUNICÍPIO – Instalado em 1º de janeiro de 2001, sede de comarca e com 36.161 habitantes, Colniza tem 27.946,126 km² – é maior que Israel. Sei mosaico fundiário tem pequena parte com regularização fundiária. Grilos, invasões, madeireiros clandestinos e pistoleiros são presenças constantes na zona rural. A cidade dista 300 quilômetros da malha rodoviária pavimentada. O vácuo do Estado na região somente é quebrado por operações policialescas do Ibama, Força Nacional e da Secretaria de Meio Ambiente (Sema).