Reeleição para governo é pleito plebiscitário. O eleitor não vota pela promessa nem por ouvir dizer sobre o postulante. Voto é sua resposta ao mandato que se tenta dobrar. Mesmo não dizendo abertamente, Pedro Taques (PSDB) está em cena para tentar segurar por mais quatro anos a faixa governamental que recebeu de Silval Barbosa. Na urna, o “sim” demonstrará o percentual que o aprova. O “não” será o duro troco daqueles que o desqualificam. Em outubro, a voz mato-grossense será a colheita – sem trocadilho nesta terra de grãos e plumas – do que foi plantado política, social, econômica e administrativamente pelo rosariense, várzea-grandense e cuiabano José Pedro Gonçalves Taques nascido em 15 de março de 1968.
Não fui o criador da tríplice naturalidade de Pedro. Essa versão, ouvi dele, ao se dirigir ao vereador por Várzea Grande, Claido Celestino Batista, o Ferrinho, numa solenidade de inauguração de uma obra da prefeita Lucimar Campos. O governador fugiu do tema que abordava, e com naturalidade revelou a Ferrinho – e aos demais presentes – que seus pais Eda e Alinor (seo Nego) moravam na vila de Currupira, município de Rosário Oeste. Ela, com as primeiras contrações para o parto, foi trazida para Cuiabá percorrendo a estrada de chão entre as duas localidades. Quando o veículo entrou em Várzea Grande, a bolsa estourou. Seu nascimento foi concluído no Hospital Santa Helena, nesta capital. Daí a pluralidade do berço, que oficialmente, na papelada, é Cuiabá.
Uma fonte próxima ao governador sustenta que ele não quer mais ser chamado pelo sobrenome e sim pelo nome. Não se trata de decisão fundamentada em recomendação numerológica, nem pelo contratempo de seus primos Paulo e Pedro Taques, ora presos acusados de participação num esquema milionário de desvio de recursos do Detran juntamente com alguns deputados estaduais. Talvez seja uma oxigenada política, já que o eleitor votou duas vezes em Taques e poderia ser induzido a votar no novo, no Pedro. Não vejo com ressalva essa relutância, por não ser a primeira vez que o sobrenome familiar é escanteado.
Taques é sobrenome quase tricentenário no centro do continente. O sorocabano Pascoal Moreira Cabral fundou Cuiabá em 08 de abril de 1719 e no ano seguinte seo José Roberto Taques e sua mulher Maria Leite de Lima desembarcaram na vila que começava e fervilhava com o ouro e a captura de índios. O casal teve nove filhos: Georgina, Laura, Custódia, Jaime, Manoel, Jorge, Antônio, Fidêncio e Pedro (observem o nome e o sobrenome desse integrante da primeira geração Taques por aqui). Seo José Roberto Taques foi fazendeiro na região da vila de Nossa Senhora de Brotas, que mais tarde seria Acorizal, município emancipado de Cuiabá em 12 de dezembro de 1953 por uma lei de autoria do deputado Lenine Póvoas e sancionada pelo governador Fernando Corrêa da Costa.
Volto ao sobrenome do governador. Na verdade, sua origem libanesa é Tacks, mas foi aportuguesada para Taques. de melhor pronúncia. Portanto, Pedro não é o primeiro descendente de seo José Roberto Taques a mexer no sobrenome. Quem me falou sobre essa genealogia foi um “primo alongado dele (governador)”, como se rotula o informante, que assina Taques.
Em outros capítulos esta série mostra Pedro procurador da República e suas articulações para chegar ao Senado e ao governo. Dispensável repetir aquelas peripécias.
Governador eleito, comemorando a vitória, Pedro foi taxativo: dispensou ajuda dos senadores de seu Estado. Seu discurso de diplomação misturava o populismo de não deixar nenhum mato-grossense para trás e a mão impiedosa do poderoso que faria das tripas coração pra botar seus adversários corruptos na cadeia. Pouco antes renunciou ao cargo no Senado e o suplente José Medeiros o substituiu. Montou uma equipe afinada com seu pensamento, sem a participação de deputados e chefiada por seu primo e braço direito Paulo Taques, que assumiu a Casa Civil.
Em 1º de janeiro de 2015 ao entrar no gabinete pela primeira vez Pedro estava à frente de um governo de dualidade: por um lado pregava a máxima de que não deixaria nenhum mato-grossense para trás. Por outro, parte de sua cúpula estava enfiada até a medula num criminoso esquema de grampos telefônicos de milhares – 70 mil, segundo o desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri – de seus desafetos políticos, advogados, jornalistas e até assessor do vice-governador Carlos Fávaro. Também ao ocupar a cadeira de governador, Pedro já havia recebido um reforço de caixa de R$ 100 milhões referentes ao estorno daquele montante pelo Banco do Brasil, que teria encontrado supostas irregularidades em igual cifra paga por Silval nos dias 29 e 30 de dezembro. Assim, além de um novo governo, Mato Grosso inaugurava uma nova era para o BB: a ingerência nas operações entre seus clientes. Oficialmente sem ter nada a ver com o episódio, Pedro viu subir o saldo bancário do governo, de R$ 84.098,03 que diz – ele não jura, por não se identificar com o princípio espiritual – ter ‘herdado’ do antecessor. Alardeando que a situação era caótica, o novo governante suspendeu todos os pagamentos por 100 dias e proibiu a retomada ou continuidade das obras inacabadas da Copa do Mundo por três meses – parece-me, salvo melhor juízo, que gostou tanto da suspensão que algumas foram relegadas ao esquecimento, como acontece com o VLT, o COT do Pari em Várzea Grande etc.
Sobre Grampolândia, cujo nome popular completo é Grampolândia Pantaneira, foi um criminoso esquema de escutas telefônicas clandestinas feito por figurões do governo, em dependências do mesmo, e que curiosamente ou não vasculhavam a vida de adversários de Pedro; esse crime teria começado a ser praticado no final do governo Silval, quando o mesmo não tinha mais autoridade sobre servidores.
Fora do palácio as prisões aconteciam. Silval, Pedro Nadaf, Sílvio Corrêa, coronel PM José Jesus Cordeiro, Pedro Elias, Arnaldo Alves, Afonso Dalberto, José Riva, Éder Moraes, Chico Lima, Edmilson Santos, Roseli Barbosa, Marcel Cursi, Rodrigo Barbosa, Filinto Corrêa da Costa etc. A estrutura do poder no governo anterior ganhou contornos de população carcerária.
Pedro pregava moralidade. O empresariado acusou o golpe com a suspensão dos pagamentos. A Assembleia Legislativa, quase em peso, correu para seu colo político repetindo seu crônico adesismo ao poder e ele passou a ser defendido com unhas e dentes pelos deputados Dilmar Dal’Bosco, Gilmar Fabris, Mauro Savi, Baiano Filho, Sebastião Rezende, Wagner Ramos, Guilherme Maluf, Romoaldo Júnior, Nininho Bortolini, Pedro Satélite, Zé Carlos do Pátio (eleito prefeito de Rondonópolis em 2016 foi substituído por Daltinho de Freitas, que também colou em Pedro), Emanuel Pinheiro (agora prefeito de Cuiabá) e José Domingos – isso, citando apenas os parlamentares que tinham DNA comum com José Riva, quando esse mandava na Assembleia (durante 20 anos) e dava as cartas no governo. Vale observar, que José Domingos entrou para a lista dos alvos de Pedro e os dois não se entendem mais.
Empresário que é empresário não tem partido: é poder e pronto. Após o duro golpe, o empresariado do setor da construção refletiu que a única saída seria imitar a Assembleia: todos, sem exceção, correram para o colo político de Pedro. Assim, continuaram executando pavimentação pelo programa MT Integrado criado por Silval, que deixou recursos em caixa e ordens de serviço para sua continuação. A única mudança que houve foi no rótulo do programa, que foi rebatizado: Pró-Estradas. Com o novo nome o programa não mudou o padrão das obras, pois levou adiante a criminosa prática da construção de acostamentos manga-curta, que forçam motoristas a deixarem na pista seus veículos com pane – acidentes revelam a face macabra desseatentado contra a vida.
Claro que o deputado Nininho Bortolini não é dono de empresa construtora. Claro que coincidentemente a Construtora Tripolo pertence a Faustino Bortolini, filho do parlamentar. E mais claro ainda que coincidentemente em 2015, ano em que Pedro travou pagamentos a credores e fornecedores, a Tripolo recebeu R$ 54.451,013 do governo, conforme nos revela sem rodeios o Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (Fiplan).
Coincidências à parte, porque elas também acontecem em relação às empresas familiares do presidente da Assembleia, Eduardo Botelho, o empresariado que tão bem atendeu ao governo Silval repete o procedimento com Pedro.
Ainda sobre coincidências, recorro a um texto que escrevi em 27 de abril de 2015 citando o governo Pedro, o seu à época secretário de Fazenda, Paulo Brustolin, e a Unimed, por todos conhecida. Disse: “Maior cooperativa médica de Mato Grosso e considerada referência no Brasil, a Unimed Cuiabá não é só isso. Vai muito além: tem muita força no governo Pedro Taques. De inadimplente de uma dívida tributária muito superior a R$ 8 milhões tornou-se adimplente, num passe de mágica, sem botar a mão no bolso para pagar um centavo sequer. A inadimplência se arrastou por anos e anos. A adimplência aconteceu rapidamente. Sua milionária dolorosa foi zerada no período chamado: “100 dias do governo Pedro Taques”. Coincidentemente ou não, o secretário de Fazenda, que botou o jamegão na papelada salvadora foi Paulo Brustolin, que foi diretor e homem forte da sortuda Unimed.
Essa operação é um grande e até agora abafado escândalo, que merece ser escarafunchado pela Assembleia Legislativa e o Ministério Público Estadual.
A Secretaria de Fazenda (Sefaz) não comenta o fato alegando que o contribuinte não pode ser exposto e deve ser preservado. Por meio de seu superintendente Administrativo e Financeiro, João Afonso da Costa Marques, a Unimed falou, mas com cautela…”.
Decisão popular
Governador é cargo relevante. O exercício da governadoria exige honestidade, serenidade, seriedade, conduta republicana e, se possível, competência. Acredito que em 2014 o eleitorado mato-grossense elegeu Pedro ao governo pelo PDT apostando nos quatro primeiros predicados, porém não tenho dúvida: a maioria não levou em conta sua incapacidade administrativa.
Creio que a eleição de Pedro não foi apenas gesto de generosidade mato-grossense com ele, então um insosso senador, que não demonstrava pendores administrativos. Avalio que foi uma decisão que levava em conta a necessidade de se estancar as sangrias nos cofres públicos. Penso até, que muitos imaginavam, “ele não administra, mas pode montar uma boa equipe”. Crendice e pensamento à parte, porque não sou peça do contexto.
Pedro lê muito. Acredito que por sua cabeceira passou a obra de Adolpho Bloch narrando a saga de JK. Tanto assim, que no começo de seu governo às vezes ele chegava a algum ambiente dominado pela descrença e pessimismo, e revertia a situação. Sem poder atender os pedidos simples, de cobrança imediata, anunciava obras faraônicas: a construção de quatro hospitais regionais foi destaque em sua agenda de oratória. Tão vivo que é, dizia ter dúvida se um deles seria em Porto Alegre do Norte ou na vizinha Confresa. Enquanto, pelo sonho da unidade hospitalar moradores daquelas cidades brigavam nas duas margens do rio Tapirapé que une seus municípios, o calendário avançava.
O discurso dos quatro hospitais murchou. Não é pra menos. Pedro não conseguiu manter um equipe identificada com a Secretaria de Saúde, qu e está no quarto secretário: Marco Bertúlio foi substituído por Eduardo Bermudez, que cedeu o lugar para João Batista Pereira da Silva, que foi trocado por Luiz Soares. As mudanças refletem o descompasso da Saúde, Pedro nunca fumou o cachimbo da paz com os hospitais filantrópicos, hospitais regionais fazem greves e reclamam da crônica inadimplência do governo. Vaga em UTI entrou na esfera forense – com judicialização. Não é possível quantificar agora os tratamentos suspensos, os danos causados aos pacientes e até mesmo se. no retorno ao seu domicílio, paciente morreu em razão da suspensão do tratamento.
A melhor definição da Saúde é caos. Porém, é nessa área que Pedro consegue levar adiante, com resolutividade, um de seus poucos projetos: a Caravana da Transformação, que chega à 14ª edição, sendo realizada nesse período, em Sinop (de 21 de maio a 02 de junho). Mais de 50 mil mato-grossenses foram operados de catarata pelos médicos da Caravana. Esse volume de atendimento transcorreu com um incidente lamentável. Em Tangará da Serra, no dia 19 de outubro do ano passado o aposentado Relindo dos Santos, 74, foi vítima de um infarto, um dia após ser operado e enquanto aguardava revisão oftalmológica.
JK é referência de estadista e administrador. Creio que Pedro se inspira em sua história, mas há uma diferença entre eles: fazendo campanha presidencial na goiana Jataí, ao responder a um cidadão que cobrava o cumprimento da Constituição no tocante a criação de Brasília, JK empenhou a palavra que a construiria e não negou fogo. Também pra desanuviar ambientes o grande líder nascido em Diamantina era mestre. Marinha e Aeronáutica sempre estavam de prontidão para derrubá-lo. Sabedor disso, comprou o porta-aviões Minas Gerais e botou almirantes e brigadeiros pra brigarem pela sua titularidade. JK pediu ao ministro da Marinha para assumir o navio, porque “ele navega”. E fez o mesmo com o ministro da Aeronáutica, porque “ele é um aeroporto em mar aberto”. Enquanto a cúpula das duas Forças disputavam o comando da embarcação, o presidente ganhava fôlego pra fazer o Brasil avançar 50 anos em 5. Pedro é generoso em lançar obra. Confesso que quase não compareço a evento político, mas por duas vezes estive em lançamento de uma ponte sobre o rio Cuiabá. Trata-se do compromisso de construir uma, com 420 metros sobre o rio que empresta o nome à capital, ligando o bairro Parque Atalaia, em Cuabá, ao Parque do Lago, em Várzea Grande. Também o vi lançando a obra da Zona de Processamento de Exportação de Cáceres (ZPE) que está no papel há quase 30 anos, e que pelo andar da carruagem continuará onde está por algum tempo.
Obras, necas de pitibiribas. A arrecadação tributária aumenta, a produção agropecuária idem e aparentemente tudo vai bem, mas não há equilíbrio orçamentário. Isoladamente Pedro não pode ser crucificado por isso. A consequência disso resulta da cultura do empreguismo público. Para não descontentar deputados, partidos e outras forças que o apoiam, o governador distribui cargos comissionados e a folha de pagamento toma proporções assustadoras a ponto de acender todas as luzes de advertência sobre os gastos públicos. Pedro loteou cargos e não tem como demitir. Quando Roberto França foi prefeito de Cuiabá (1997-2004) nenhuma folha salarial foi quitada em dia. Quando a prefeitura pagava um mês ganhava manchetes nos jornais. França administrava um quadro inchado com mais de 12.500 servidores – com boa parte apadrinhada. O prefeito optou pelos atrasos, para não passar o facão. Essa é a cultura do emprego que inferniza Pedro e contra ela nada pode ser feito por alguém que aceite as regras da vergonhosa mamação, que prejudica o Estado em todas as suas esferas e leva gerações ao ócio remunerado. O dinheiro que falta na ponta para a Saúde, Educação, Segurança etc. cai mensalmente na conta dos afortunados aspones, que são facilmente identificáveis: observem no trânsito. Sempre há algum carro com adesivo com o nome desse ou daquele deputado: saibam que não se trata de afinidade ideológica entre o motorista e o parlamentar – é o jogo de interesse falando alto em defesa do padrinho.
PODER – Nas urnas a generosidade mato-grossense transformada em decisão elegeu Pedro governador com 833.788 votos (57,25%). Em segundo lugar ficou o petista Lúdio Cabral com 472.507 (32,45%). Janete Riva do PSD cravou 144.440 (9,92%). Em último lugar, José Roberto Cavalcante (PSOL) marcou presença com 5.570 (0,38%).
A administração de Pedro é fraca, mas isso não é surpresa. Surpreendente foi a recente renúncia de seu vice, Carlos Fávaro (eleito pelo PP e depois filiado ao PSD), que foi o primeiro caso dessa natureza no Brasil. Fávaro deixou o governo e juntamente com outros ex-apoiadores do governador, assinou uma carta criticando-o. José Medeiros, que foi seu suplente de senador, também assinou o papel crítico.
Comparativo:
Custo de trincheiras
Ninguém entende o custo de obras públicas. Mato Grosso não é exceção nesse quesito. O governo de Silval recebeu a pecha de corrupto, mas mesmo assim conseguiu construir trincheira a custo menor do que seu sucessor Pedro.
O Estado acompanha a disparada do preço da construção de trincheiras em Cuiabá, a capital que está a um passo do tricentenário em 8 de abril de 2019. Cuiabá ganhou trincheiras para a Copa do Mundo de 2014 e terá mais uma, que se encontra em obra no trevo das rodovias estaduais 010 e 251.
A maior foi construída na Avenida Miguel Sutil, no govero de Silval, para a Copa do Mundo, com 960 metros e custou R$ 43 milhões. A próxima terá 365 metros e está orçada em R$ 25 milhões. O preço do metro dessas construções tem disparidade, pois saltou de R$ 44.791,66 na primeira para R$ 68.493,15 na nova, o que se traduz num aumento percentual de 52,9%. É o nó das trincheiras na capital mato-grossense.
A trincheira de 960 metros foi construída na Avenida Miguel Sutil e recebeu o nome de Engenheiro José Luiz de Borges Garcia, mas é chamada de Trincheirona; ela desafoga o trânsito no cruzamento da Miguel Sutil com as avenidas Dante de Oliveira (ex-Trabalhadores) e Jurumirim .
O custo inicial da Trincheirona foi orçado em R$ 36 milhões e sua entrega ao tráfego ocorreu em 18 de novembro de 2014. No ato Silval pediu desculpas pelo atraso de um ano e sete meses, mas não tocou na questão do aumento de R$ 7 milhões por meio de aditivo para a conclusão da obra. O governador simplesmente alegou que “chuvas e fluxo de caixa adiaram a inauguração”.
A construção da Trincheirona estava inserida ao pacote de obras da travessia urbana, que era componente do projeto de mobilidade urbana de Cuiabá e Várzea Grande para o Mundial. Segundo Maurício Magalhães, à época titular da Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo) a travessia foi executada por meio de um convênio de R$ 165 milhões do governo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT); o emaranhado das versões sobre desembolso não deixa claro quanto cada um dos conveniados despejou na Trincheirona.
A trincheira em obra tem por objetivo melhorar o fluxo do trânsito no trevo das estaduais Rodovia Arquiteto Helder Cândia(MT-010), que liga Cuiabá a Acorizal, e Rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251), que faz a ligação da capital com Chapada dos Guimarães.
Sobre a Trincheirona pesa suspeita de superfaturamento; sua execução foi acompanhada em tempo real pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que ocupava uma saleta na Secopa, e por uma comissão especial da Assembleia Legislativa. A prestação de contas dessa obra foi aprovada pelo TCE e a Assembleia. A nova não sofre questionamento.
Prisões e mais prisões
Governo se faz com obras e programas sociais, mas nos últimos anos, Brasil afora, prisões também passaram a fazer parte do poder. Pedro é investigado no escândalo dos grampos telefônicos em que está enfiada boa parte de sua cúpula – ou ex-ocupantes desse espaço. Ele mesmo pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o investigasse.
No governo Pedro, sem observação cronológica, foram presos secretários e ex-secretários, e um secretário, Kleber Lima, foi procesado:
Permínio Pinto, ex-secretário de Educação, réu confesso num esquema milionário de desvio de obras de construção e reforma de escolas.
Paulo Taques, ex-chefe da Casa Civil, primo do governador, e que se encontra preso preventivamente por ordem do desembargador do Tribunal de Justiça, José Zuquim Nogueira, por sua suposta participação num esquema de desvio milionário de dinheiro no Detran; Paulo Taques também foi preso duas vezes, por seu suposto envolvimento no esquema da Grampolândia Pantaneira.
Delegado Rogers Jarbas, ex-secretário de Segurança Pública, no caso Grampolândia.
Coronel PM Zaqueu Barbosa, ex-comandante-geral da Polícia Militar, no caso Grampolândia.
Coronel PM Airton Siqueira, ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, no caso Grampolândia.
Coronel PM Evandro Lesco, ex-chefe da Casa Militar, no caso Grampolândia.
Coronel PM Ronelson Barros, ex-secretário-adjunto da Casa Militar, no caso Grampolândia.
Luiz Soares, secretário e Saúde, por desobediência a ordem judicial.
Kleber Lima, ex-secretário de Comunicação (Secom) e de Cultura foi denunciado ao Ministério Público por servidores da Secom por suposto assédio moral e sexual. O MP ofereceu denúncia contra ele e a juíza Célia Regina Vidotti, da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, a aceitou; virou réu. Kleber nega. A Secom é bastante inchada por servidores lotados em suas dependências e em outras, para atendimento a secretários. Aparentemente, trata-se um um atrito funcional entre servidores simpáticos e críticos de Pedro.
Não somente a Secom cuida da mídia institucional do governo. Sem vínculos formais com a Comunicação, servidores comissionados do governo coabitam mídias sociais em defesa de Pedro, inclusive em horário de expediente. Essa realidade é de domínio público, mas sempre evitada nos comentários nas redes sociais.
Reeleição
Taques não mudou seu perfil administrativo. Ao longo do governo perdeu a ganhou aliados; além disso, convive com alguns em cima do muro, como é o caso do ex-governador e ex-senador Jayme Campos (DEM), que não é contra nem a favor, mas que espera o melhor cavalo passar arreado.
Os escândalos no governo Pedro respingarão politicamente em seu discurso. Seu palanque terá deputados ou condenados em primeira instância, ou com bens bloqueados, ou réus, ou investigados, ou ex-presos. Em situação assim, candidato nenhum tem disposição pra criticar corrupção, falar sobre lisura administrativa.
Do seleto grupo que cerca Pedro é possível ouvir que ele é durão, que não dá o braço a torcer, que age com metas e que desqualifica aquilo que fecha seu caminho. Conceitos à parte, o governador costura alianças, domina partidos, conta com afagos da mídia e não dá sinais de susto diante dos abalos que atingem em cheio seu governo.
Outubro está logo ali. Esperemos pela resposta popular ao mato-grossense de três naturalidades.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
Arte: Secretaria de Infraestrutura e Logística
FOTOS:
1 e 10 – José Medeiros
2, 5, 11 e 12 Secom
3, 4, 6, 8 e 9 – Arquivo
7 – Museu JK
Capítulos anteriores;
1 – PPP Caipira nasce da ousadia de Pivetta
2 – Suplente de última hora chega ao Senado
3 – Riva mesmo caido derrota Taques
4 – Páginas da vida
5 – Leitão, o único preso entre os pré-candidatos ao Senado e governo
6 – Carona na Arca de Noé
7 – O dedo de Kassab
8 – Taques e o cadeado na hidrovia
9 – Escândalos tomam discurso moralista de Pedro Taques
10 – O temperamento de Jayme Campos.
11 – Rossato, político profissional que diz não ser político.
12 – Selma aplaina caminho ao Senado.
13 – Assembleia Legislativa no fundo do poço.
14 – Blairo e o mistério que o afasta da eleição
15 – Mais que professora: uma lição de vida.
16 – Mauro acuado e num beco sem saída.
não queira comparar os corruptos do Silval com um homem honrado igual o Dr. Paulo Taques
O melhor governo é o Pedro Taques e Mato Grosso tem que agradecer a ele de joelhos
votei nesse Taques e estou arrependido demais
ainda bem que o governo do pedim tx ta no fim
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
só promessa e trololó é o pior Governador do Mato Grosso