Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
Professora de Matemática no Colégio Sagrado Coração de Jesus, Nélza Luci Asvolinsque Faria leu um anúncio no Diário de Cuiabá sobre a realização de um concurso para escolha do nome de uma cidade que o colonizador Ariosto da Riva à frente de sua empresa Integração, Desenvolvimento e Colonização (Indeco) implantava na calha do rio Teles Pires, no município de Aripuanã, em sua área integrante do Nortão, na Amazônia Mato-grossense. Nélza prestou atenção no indicativo da localização do projeto, bem no alto do mapa em meio à mata densa. Sem pensar duas vezes, foi à Rádio A Voz D’Oeste, em Cuiabá, e depositou na urna sua sugestão. Daí para frente caberia aos ouvintes aprovarem ou não o nome.
Nélza sugeriu Alta Floresta e venceu o concurso idealizado pelo coronel José Meirelles, ex-comandante do 9º Batalhão de Engenharia e Construção (9º BEC), que depois de se aposentar foi contratado por Ariosto para concluir a abertura de uma estrada ligando a BR-163 ao seu projeto. Meirelles topou o desafio e o cumpriu. Além disso, bolou o concurso vencido por Nélza, que posteriormente conquistou o diploma de Economista e tornou-se cartorária no Cartório do 7º Oficio de Cuiabá.
Em 11 de maio de 2015 a Câmara de Alta Floresta reconheceu a importância de Nélza para o município e concedeu-lhe o Título de Cidadã Honorária Florestense, por meio de propositura dos vereadores José Elói Crestani, Bernardo Patrício dos Santos, Charles Miranda Medeiros, Elisa Gomes Machado, Emerson Sais Machado, Oslen Dias dos Santos (Tuti), Paulo Cezar Chardulo (Jiló), Reinaldo de Souza (Lau), Rogério Colicchio dos Santos, Silvino Carlos Pires Pereira (Dida) e Valdecir Jose dos Santos (Mendonça).
FLORESTA – Alta Floresta foi o principal projeto de colonização desenvolvido por Ariosto, que em seu entorno também criou as cidades de Paranaíta e Apiacás; as três foram planejadas pelo topógrafo Antônio Nunes Severo Gomes.
O nome do lugar despertou interesse em pecuaristas que buscavam a chamada terra de cultura, e que não a encontravam com facilidade em Mato Grosso, onde à época as regiões em processo de colonização coincidentemente tinham predominância do bioma cerrado. Alta Floresta foi idealizada por Ariosto para ser um polo produtor agropecuário, mas em seus primórdios a descoberta do ouro na região arrastou milhares de garimpeiros em busca daquele que é o metal mais precioso do mundo. Porém, com o fim da atividade garimpeira manual, Alta Floresta passou a ocupar lugar de destaque na pecuária estadual e figura entre as principais cidades mato-grossenses.