Analy, uma rondonopolitana na Reitoria da UFR

Analy Polizel*

 

Com avanços contínuos e uma visão estratégica, a UFR consolida sua posição como referência em ensino superior no Mato Grosso e no Brasil. Inspirada pela dedicação de toda a comunidade acadêmica, a instituição segue promovendo o desenvolvimento humano e científico, provando que a educação é o motor de uma sociedade mais justa e igualitária.

Unidos pela UFR, seguimos construindo o futuro com diálogo que inspira e excelência que transforma.

Com o pensamento acima, a reitora da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Analy Castilho Polizel de Souza sintetiza seu pensamento sobre a educação tendo por pilar a Universidade de todos os rondonopolitanos.

A luta pela UFR arrastou por décadas. Sua criação, pelo presidente Michel Temer, aconteceu em 20 de março de 2018, com o desmembramento do campus da Universidade Federal de Mato Grosso naquela cidade.

Em 5 de outubro de 2023 aconteceu a eleição para a comunidade acadêmica escolher aqueles que seriam os primeiros dirigentes da UFR, após homologação dos mesmos pelo presidente Lula da Silva. A chapa e Analy Polizel recebeu 73,85% dos votos, e Lula a sacramentou reitora. Com a manifestação acadêmica e a chancela presidencial, a rondonopolitana Analy Polizel é a primeira a exercer a Reitoria.

O pensamento de Analy Polizel sobre docência e sua trajetória:

 

A docência é considerada uma profissão, mas poderia ser facilmente considerada uma vocação, posto que não são poucos aqueles que fazem do  ensinar da missão de ensinar um modo de vida que permeia toda nossa atuação como ser humano. Ensinar exige uma escolha, uma decisão de doar-se a si mesmo em prol de algo maior, é abdicar do eu em beneficio do nós, é deixar-se conduzir pelo desejo fraterno de uma sociedade mais justa e igualitária.

Assim, o principal objetivo deste memorial é apresentar um breve histórico de minha vida e de minha evolução profissional, quanto à produção científica e contribuição ao ensino, pesquisa, extensão, inovação e administração após meu ingresso no curso de graduação em Agronomia. Mas antes de iniciar minha história profissional coloco uma reflexão que permeia o meu ser, o meu existir:

“Os rios não bebem sua própria água; As árvores não comem seus próprios frutos.
O sol não brilha para si mesmo;

E as flores não espalham sua fragrância para si.

Viver para os outros é uma regra da natureza. (…)

A vida é boa quando você está feliz; mas a vida é muito melhor quando os outros estão felizes por sua causa” – Papa Francisco.

Filha de Arcibaldo José Polizel e Aparecida Castilho Polizel, nasci em Rondonópolis no ano de 1978, onde fui criada e educada na Escola Estadual La Salle durante o ensino fundamental I e II. No ensino médio, graças ao trabalho de minha mãe como professora do Colégio Jean Piaget, por meio de bolsa de estudos tive um excelente ensino, propiciando minha aprovação na Universidade Federal de Uberlândia em terceiro lugar no curso de agronomia.

Durante toda a infância e juventude sempre fui apaixonada pelo meio rural, onde acompanhava meu pai diariamente na lida do campo. Meu pai era hortifruticultor, e o que produzíamos no sítio vendíamos de porta em porta, após entregávamos diariamente em mercados. Fui aprovada no vestibular para o curso de Agronomia na Universidade Federal de Uberlândia. Cursei o ensino de graduação em agronomia na Universidade Federal de Uberlândia entre os anos de 1996 à 2001, onde tive o privilégio de encontrar um pai cientista que sempre esteve disposto a ver meu crescimento intelectual e profissional, durante a graduação e pós graduação – Prof. Fernando César Juliatti. Nos anos de graduação tive também o privilégio da maternidade com a vinda de João Victor Polizel de Souza, meu primeiro filho, que fez crescer em mim o desejo  de concluir minha formação universitária. Desse modo, com o apoio familiar ingressei no mestrado e depois doutorado.

Assim, como a vida é cheia de desafios e oportunidades para aqueles que lutam e acreditam, fui aprovada nos concursos públicos na Universidade Estadual de Mato Grosso, Universidade Federal de Rondônia e Incra, exigindo uma escolha que impactaria em minha vida para todo o sempre. Desse modo, tendo em vista que a carreira docente já estava presente em minha vida, principalmente pelo exemplo de minha mãe e de meu orientador, optei por ser professora, indo morar em Rondônia no ano de 2006. Após um ano, tive o privilégio de defender meu doutorado e ser mãe novamente. Nesse período pude retornar à Rondonópolis e contribuir, mesmo em período de licença-maternidade, com a implantação do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental. No ano de 2008, foi efetivado o processo de minha redistribuição da Unir para UFMT/CUR, instituição que permaneci até a criação da UFR.

Nesses anos de trabalho atuei na coordenação de curso de graduação, direção de unidade acadêmica, pró-reitora do campus e reitora da UFR, espaços em que sempre busquei adotar práticas gerenciais com o intuito de melhorar, adequar e contribuir significativamente com o desenvolvimento da sociedade mato-grossense e brasileira, objetivando o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e  extensão de forma mais crítica e comprometida com a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Dessa forma, posso afirmar que a defesa do ensino público, gratuito e de qualidade, tem sido objeto de minha luta acadêmica, configurando-se também como uma das marcas deste campus, que por meio das ações dos professores, administradores, técnicos administrativos, estudantes, constitui referência na formação de profissionais e na produção de conhecimento. A Universidade tem o compromisso com a vida em sociedade, articulando com poderes republicanos em vista dos direitos próprios de uma sociedade verdadeiramente democrática.

Esse compromisso se traduz em ações dedicadas à elaboração, sistematização e transmissão de saberes e aptidões intelectuais e científicas, exercidas com empenho no gesto afirmativo de fazer do conhecimento em um bem comum, no domínio de toda a sociedade. Compromisso esse levando adiante com os indispensáveis incentivos do Ministério da Educação, Ministério da Agricultura, Ministério dos Transportes, Congresso Nacional, Governo do Estado e com todo apoio das parcerias estabelecidas com as lideranças locais, regionais; acredito que a Universidade cabe o papel de agente transformador, atuando como instituição, que ao mesmo tempo viabiliza e apoia as possíveis transformações.

Analy Castilho Polizel de Souza – reitora da UFR

Foto:

Arquivo pessoal

Infografia:

Marco Antônio Raimundo

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