A década de 1980 jamais será esquecida pela região do Vale do Araguaia, uma das prósperas de Mato Grosso, porém, a mais esquecida.
Em 1982, o Araguaia elegeu Wilmar Peres vice-governador do Estado, Roberto Cruz e Ricardo Corrêa, deputado estaduais, e Ladislau Cristino Cortes, deputado federal.
Wilmar Peres de Farias, maior líder político que a região já teve, assumiu o Governo do Estado em 1986, confirmando a ascenção do Araguaia no cenário estadual.
Wilmar foi governador por 10 meses.
Nas eleições de 1986, o Araguaia perdeu o governador do Estado,.mas ganhou quatro deputados estaduais: Roberto Cruz, que ocupou a presidência da Assembleia Legislativa, Antônio Joaquim, Sebastião Alves Júnior e José Arimatéia Fernandes.
Mesmo com quatro deputados, o Araguaia iniciou sua fase de “Vale dos Esquecidos“, que perdura até os dias de hoje. Governadores como Jayme Campos e Dante de Oliveira tentaram mudar esse conceito, contudo, seus sucessores colaboraram para reforçar a tese do abandono do Estado.
Com fraca representatividade no Parlamento e sem espaço no secretariado do Estado, o Vale do Araguaia padece pela falta de união da classe política regional e a cada eleição assiste regiões como sul e norte, se fortalecerem politicamente.
Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa, Canarana, Confresa e outros municípios são exemplos da persistência. Poderiam viver uma realidade diferente, mas falta o mínimo: infraestrutura como rodovias pavimentadas.
É inadmissível que uma rodovia estadual (MT-100), que margeia um dos rios mais importantes do país, o Araguaia, ainda não esteja 100% pavimentada. Isso por si só, representa o descaso para com a região.
Francis Amorim, é jornalista em Barra do Garças e secretário municipal de Comunicação