A banda brasiliense Liga Tripa faz duas apresentações em Mato Grosso (Cuiabá e Chapada dos Guimarães) nos dias 27 e 29 deste junho. No show, intitulado Liga Tripa 35 anos, serão apresentadas músicas autorais, de alguns integrantes do grupo e outros parceiros que participaram ativamente da vida cultural de Brasília. O grupo foi criado em uma época em que a capital do país era vista como uma cidade sem referenciais culturais próprios e hoje é considerado como fio condutor de toda uma geração de artistas locais e nacionais.
No cenário árido dos tempos de ditadura, o Liga Tripa inventou seu próprio espaço ao começar a tocar e cantar nas ruas. “A gente ocupou um espaço que psicologicamente não pertencia à população”, conta Aldo Justo. Já no início dos anos 80 o grupo era apontado como “a cara de Brasília” e “o mais brasiliense dos grupos musicais”.
As apresentações do Liga Tripa sempre surpreendem pela ousadia e improviso. O grupo seduz o público e cria com ele uma imediata identificação. Seus temas são visões poéticas da paisagem do cerrado, da arquitetura brasiliense e do modo de viver numa cidade incomum. A criatividade dos integrantes também traz ao espectador a sensação de assistir a algo diferente no panorama da MPB, com canções de altíssima qualidade, letras com uma poesia forte e incomum e as fusões rítmicas que caracterizam todo o seu trabalho musical: sambas sem sotaque carioca nem baiano, baiões e frevos com sabor candango, marcantes influências do jazz e da música experimental.
Um dos aspectos desse experimentalismo tornou-se marca registrada do Liga Tripa: o contrabaixo de origem africana construído artesanalmente, com uma corda só, que funciona como baixo ou como percussão. Essa originalidade sonora se completa com a mistura de violões, cavaquinho, flauta, percussão e vozes em coro.
Em 2015 o grupo lançou um disco com a retrospectiva de sua obra. O repertório está em um livreto/CD: Liga Tripa 35 anos, com fotos de eventos, shows e pessoas que integram o universo do grupo, contando histórias e momentos vividos em várias décadas de muita arte e música na rua e em palcos alternativos.
As apresentações contam com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal. Haverá espaço reservado nos shows para cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção, com sinalização adequada e com um guia par recebê-las e orientá-las.
SERVIÇO:
1 – Liga Tripa 35 anos
Local: Teatro Sesc Arsenal – Cuiabá
Data: 27
Horário: 20h
Entrada: 1 litro de leite ou 5 reais
2 – Liga Tripa 35 anos
Local: Praça Central Don Wunibaldo – Chapada dos Guimarães
Data: 29
Horário: 20h
Entrada franca
INTEGRANTES:
1. Aldo Justo (fundador do grupo) – voz e violão;
2. Carrapa do Cavaquinho – voz e cavaquinho;
3. Fino – percussão e efeitos;
4. Jonatas Caloro – voz e contrabaixo monocórdio acústico e violão;
5. Sérgio Duboc – voz e violão
6. Toninho Alves – voz e flauta transversal;
7. André Arraes – percussão e contrabaixo monocórdio acústico
REPERTÓRIO DO SHOW:
1. Juriti – Aldo Justo e Paulo Tovar
2. Travessia do Eixão – Nonato Veras e Nicolas Behr
3. Desperte a sua Loucura – Nonato Veras
4. Labareda – Nonato Veras
5. Eguinha – Guilherme Reis, Renato Matos, Luciano Porto, Maurício Araújo e Aloísio Batata.
6. Ninando o Cavaquinho – Carrapa do Cavaquinho e Ita Catta Preta
7. Cores – Aldo Justo e Carlos (Ceará) Batalha.
8. Propriedade Particular – Aldo Justo
9. Quase Vintes Dentes – Aldo Justo
10. Edifício Ninguém Mora Lá – Sérgio Duboc e Vicente Sá
11. Fruta do Mal – Aldo Justo, Nonato Veras e Paulo Tovar
12. Samba da Rua 8 – Sérgio Duboc, Flávio Faria e Vicente Sá
13. Por Prazer – Toninho Alves
14. Cheiro da Vida – Aldo Justo e Mardônio Sarmento
15. Horário de Verão – Caloro, Aldo Justo, Sérgio Duboc, Paulo Tovar e Toninho.
Divulgação com foto de Marcelo Dischinger