O comandante do 9º BEC na fase inicial da obra foi o coronel José Meirelles (foto), que entre tantos desafios enfrentava a malária e ataques de índios. Meirelles além de cumprir o cronograma, ainda se desdobrou junto ao Incra em defesa da regularização fundiária no eixo da rodovia e colaborou na abertura das vilas que brotaram nas esteiras dos tratores, para mais tarde se tornarem cidades, a exemplo de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop.
A malária era verdadeira tormenta para os militares e civis que construíam a BR-163. O mosquito transmissor da doença ataca principalmente no amanhecer e final da tarde. Os acampamentos montados à beira dos rios e córregos eram cenários perfeitos para a proliferação da malária.
Meirelles chamava a BR-163 de “Predestinada“, por entender que aquela rodovia é estratégica ao sistema de integração nacional, ao processo de ocupação de imenso vazio amazônico em Mato Grosso e no Pará e por criar uma rota ligando o centro do continente ao porto de Santarém, onde a navegação é marítima.
Após se aposentar o “Pai da Cuiabá-Santarém” – como se tornou conhecido – foi presidente da extinta distribuidora estatal de energia Cemat, vice e prefeito de Cuiabá. Juntamente com sua mulher, Zulmira, o coronel José Meirelles desenvolveu intenso trabalho social em defesa de crianças e jovens na capital.
Meirelles nasceu em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais. Vítima de um choque hemorrágico decorrente de um aneurisma, o coronel José Meirelles morreu aos 89 anos, na noite de 28 de agosto de 2012 num hospital particular em Cuiabá. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá. Deixou viúva, filhos, genros e netos.
blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Geraldo Tavares
2 – Wikipedia