“Não serão 300; apenas 19!“. Que frase infeliz essa do secretário de Educação de Mato Grosso, Alan Porto, ao prestar informações a deputados estaduais sobre a política de fechamento de escolas. Porto, com naturalidade diz que 19 unidades escolares do Estado serão banidas e tudo fica no dito pelo não dito.
O governo do democrata Mauro Mendes tomou providências para desmentir que fecharia 300 escolas, conforme postagens nas redes sociais. O quantitativo não agradou a cúpula do poder. Afinal, esse número corresponde praticamente a metade da rede pública estadual. Porém, o Palácio Paiaguás fingiu de morto sobre o fim de 19 escolas.
O fechamento não tem detalhamento. Porto citou apenas cinco: Newton Alfredo Aguiar e Fenelon Müller, em Cuiabá; e Miguel Baracat, Mercedes Paula Soda e Ernandy Maurício Baracat, em Várzea Grande. Além dessas denominadas, um fechamento já se consumou: a Escola Estadual Emanuel Pinheiro da Silva Primo, no bairro Joaquim Silva, em Nortelândia, foi fechada recentemente deixando ao léu seus 235 matriculados.
Não há justificativa aparente para a decisão do fechamento. E esse tipo de atitude não é o primeiro no governo de Mauro Mendes. No ano passado, foram fechadas quase duas dezenas de delegacias da Polícia Judiciária Civil e Centros de Detenção Provisória (CDPs) em pequenos municípios a exemplo de Acorizal e Castanheira. Os efetivos das unidades desativadas foram deslocados para outras cidades.
Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual, prefeituras, câmaras municipais e o Sintep, sindicato que representa os profissionais da Educação, não podem ficar indiferentes diante desse atentado contra a Educação e principalmente contra a comunidade escolar diretamente atendida.
Para Alan Porto o ato é apenas o fechamento de apenas 19 escolas. Para Mato Grosso trata-se de um atentado contra a cidadania em sua dimensão maior.
Eduardo Gomes é editor de blogdoeduardogomes