Preso pela Polícia Federal, em Cuiabá, desde a sexta-feira, 15, o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Gilmar Fabris (PSD), tenta voltar à liberdade. Para tanto, recorre ao mesmo Supremo Tribunal Federal (STF) que mandou prendê-lo. Nesta terça-feira, o advogado Zaib Arbid queimou pestanas tentando botar seu cliente na rua, mas em vão.
Fabris está preso por ordem do ministro do STF Luiz Fux, atendendo pedido do Ministério Público Federal (MPF), que o acusa de obstrução de justiça. Em resumo: no dia da prisão a Polícia Federal cumpriria mandado de busca e apreensão no apartamento de Fabris, em Cuiabá, dentro de uma operação resultante da delação do ex-governador Silval Barbosa ao MPF com homologação de Fux. Pouco antes das 6 horas – horário em que policiais podem entrar nas residências – Fabris deixou seu apartamento acompanhado de sua mulher. O MPF o acusa de sair do local para dificultar a ação dos agentes e cita que o mesmo vestia um pijama – o que induz que na pressa o deputado sequer teve tempo para se vestir adequadamente. Sua defesa alega que ele não estaria em fuga, mas sim, saindo cedo para verificar obras em execução na vizinha Várzea Grande, com recursos de emendas parlamentares de sua autoria.
Arbid tentou um habeas corpus, mas não obteve resposta. Em Cuiabá, o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (PSB) está perdido e aguarda orientação de sua assessoria jurídica para saber qual caminho seguir; isso, porque prisão de deputado, em algumas circunstâncias, precisa ser ratificada ou derrubada em votação secreta pelos deputados. Botelho foi prudente e não quis adotar nenhum posicionamento que pudesse criar atrito com o MPF e o Supremo.
Enquanto isso, Fabris permanece preso no Centro de Custódia de Cuiabá, cumprindo a prisão preventiva decretada contra ele por Fux.
ENTENDENDO – Policiais federais fariam busca no apartamento de Fabris atrás de documentos e gravações que contribuíssem com as investigações para se chegar ao cerne de uma fita gravada a mando do ex-governador Silval Barbosa, na qual Fabris discute com o então chefe de Gabinete de Silval, Sílvio Corrêa, a razão pela não liberação de um montante que seria para pagamento de mensalinho a deputados.
Da REDAÇÃO
Foto: Youtube Gilmar Fabris