Deputada Juliana e os estados do Araguaia e Mato Grosso do Norte

Eduardo Gomes

@andradeeeduardogomes

A veterinária, pecuarista e primeira-dama de Água Boa Juliana Rosa de Souza Kolankiewicz (MDB) é deputada federal de fato e de direito. Independentemente de sua presença manga curta em plenário, pelo sistema de rodízio, ela é congressista com todas as letras e prerrogativas. A representante do Vale do Araguaia não terá emendas para alegrar prefeitos e outros ordenadores de despesa e legisla num plenário esvaziado pelas eleições municipais que se aproximam. Mesmo assim, acho que Juliana Kolankiewicz poderá entrar para a história política nacional desfraldando uma bandeira que é sonhada pela maioria em Mato Grosso, embora a classe política permaneça em silêncio submisso temendo contrariar o dono do poder, Mauro Mendes. Essa bandeira é uma propositura do desmembramento territorial mato-grossense para a emancipação dos estados do Araguaia e de Mato Grosso do Norte.

Sem a defesa da criação do Araguaia e Mato Grosso do Norte a presença de Juliana Kolankiewicz em plenário não passará de uma jogada política para fortalecer a tentativa de seu marido, o médico e seu correligionário Mariano Kolankiewicz  de continuar prefeito de Água Boa por mais quatro anos.

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Torço para que Juliana Kolankiewicz levante a bandeira dos estados do Araguaia e de Mato Grosso do Norte. Para tanto a deputada precisará buscar coautoria com Nelson Barbudo (PL), que na legislatura passada foi deputado e retorna à Câmara substituindo Amália Barros,  recentemente falecida. Além de Barbudo, a parlamentar deverá procurar apoio nos congressistas paraenses domiciliados nas duas regiões do Pará que querem a emancipação: Santarém (para ser capital do Tapajós) e Marabá (que sonha com o estado de Carajás).

Não é fácil, mas também não é impossível criar o Araguaia e Mato Grosso do Norte. Em Água Boa costuma-se dizer que no casal Kolankiewicz quem faz política é ela, e que seu marido tem cintura política dura. Jovem, com boa presença cênica, e uma vez assumindo a luta pela divisão territorial, Juliana Kolankiewicz ganhará o Brasil, e de modo especial as regiões do Araguaia e do Nortão. Evidentemente que algum ranço de cuiabania se levantará contra ela, mas em política toda unanimidade é burra.

Vida a democracia, o regime que mesmo usado e manuseado para interesses grupais, como é o caso do MDB com a posse de Juliana Kolankiewicz, pode nos oferecer algo de bom e bem maior do que seu lado nada republicano.

Torço pela criação de Mato Grosso do Norte e do Araguaia, e torço mais: que lá na frente se crie o estado de Aripuanã. A divisão territorial que emancipou Rondônia e Mato Grosso do Sul, ambos desmembrados de Mato Grosso, no mostra isso.

Araguaia já. Mato Grosso do Norte, já. Que a deputada Juliana Kolankiewicz nos presenteie com um movimento nesta direção. Foi isso que Dante de Oliveira nos deu em 1984, quando sua emenda das diretas foi derrotada, mas fez renascer a democracia no Brasil.