EMENDAS – Juscelino caiu; Fávaro se segura no silêncio mato-grossense

Eduardo Gomes

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Escândalos de liberação de emendas atingem dois congressistas: o deputado federal Juscelino Filho (União/MA) e o senador Carlos Fávaro (PSD). Ambos são ministros do governo federal. Juscelino  (Comunicações) não resistiu às pressões e a CNN anunciou na tarde desta terça-feira (8), que o parlamentar anunciou que deixará o cargo, e que prepara uma carta ao presidente Lula. Fávaro (Agricultura e Pecuária), fortemente blindado pela Imprensa mato-grossense e pelo silêncio nas redes sociais, sobrevive.

Juscelino foi indiciado pela Polícia Federal e acaba de ser denunciado pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal por suposta destinação irregular de emendas. O relator da ação contra Juscelino é o ministro Flávio Dino. O deputado alega inocência.

A Folha, maior jornal do país, revelou que em 2023 Fávaro destinou uma emenda de 29 milhões para a Prefeitura de Jangada, que tem à frente seu correligionário Rogério Meira, que foi reeleito um ano depois.

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Jangada é um município com 7.500 habitantes no Vale do Rio Cuiabá e não tem demanda para tamanha destinação, pois o orçamento municipal assegura a quitação da folha de pagamento, duodécimo à Câmara e custeio – sempre sobrando recursos para pequenos investimentos.

A destinação da emenda foi em silêncio, sem nenhuma divulgação por parte de Fávaro, que procura ocupar espaço na mídia, ao máximo. Nada se sabe sobre o 29 milhões, mas tanto a Câmara quanto o Tribunal de Contas do Estado aprovaram as contas da prefeitura relativas ao exercício de 2023.

O caso ganhou o rótulo de Escândalo do Pastel. Jangada ostenta o título de Capital do Pastel, por suas pastelarias às margens da rodovia BR-364/163 na área urbana.

Mato Grosso é periférico e são tantos os escândalos, que o caso do Escândalo do Pastel não deverá voltar ao noticiário nacional. Aparentemente, até agora, a PGR e o Ministério Público Estadual não atuam no caso. A pressão para a apuração dos fatos não é feita pela classe política, nem pela Imprensa e muito menos pelas redes sociais. Esse cenário beneficia Fávaro, que também não se manifesta.

Fotos: Agência Brasil

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