Empreendedorismo também é questão de gestão pública

Em tempos de crise, ou de excesso de propagação do termo, a solução está mais próxima do que se imagina: descobrir habilidades e saber como lucrar com elas, ou seja, ser o escritor da própria história.

Empreender é mais do que preciso, empreendedorismo deveria ser a pauta número um dos gestores públicos. Assim, a economia local ganha, os profissionais ganham e os consumidores agradecem.

O Brasil tem muita mão de obra que foi condicionada somente no propósito de trabalhar para alguém, faculdades formam mais empregados do que administradores do próprio ensinamento que elas transmitem.

Não existe uma grande indústria para absorver tamanha qualificação em massa, portanto, é preciso o incentivo vindo dos governos para que as pessoas percam o medo de empreender.

Você pode ser um empresário! Já pensou nisso? Muitos não se dão o luxo nem de pensar.

Falta empreendedorismo nas gestões, as secretarias municipais de Comércio ficam escondidas junto com outras pastas — muitas vezes — existem somente para constar, foram criadas como figurantes num enredo escrito erroneamente.

É preciso pensar em incubadoras de pequenos negócios, startups, cooperativas, está passando da hora de reestruturar a obsoleta forma de pensar, mudar o status de desempregado para gerador de emprego.

Novos microempreendedores padecem pela falta de apoio, informação, estrutura, assessoramento. O próprio FGTS, ou aquele dinheiro que está guardado na poupança pode ser um importante capital para começar um empreendimento de sucesso, mas falta expertise nas gestões em todo o país para fomentar de maneira prudente e sensata o líder que existe nas pessoas.

A propaganda da crise é maior que a motivação para reverter o quadro. E aos que resolveram trilhar o próprio caminho muitas vezes são amparados pela própria obstinação, ou necessidade. Portanto, aqueles que desejam empreender precisam buscar forças dentro de si. Somente aqueles que acreditam em si mesmos terão sucesso.

Empresários bem-sucedidos não se limitam ao murmurar quando encontram obstáculos: tomam iniciativa. Frases como: “Não sei como isso pode acontecer” são permitidas somente se não houver um ponto depois disso, mas “vou descobrir”.

O mundo nem sempre é justo, mas não melhora se você se queixa. Não só isso: a queixa paralisa e bloqueia a visão de possíveis soluções. Os empreendedores têm que olhar para frente e pensar sobre como eles podem ter sucesso nas condições dadas.

Aos gestores é necessário estratégia e planejamento, a solução está tão próxima e não permite uma forma de pensar tão distante dos tempos atuais.

O desenvolvimento de qualquer lugar passa primeiramente pela consolidação profissional e econômica das pessoas que ali residem.

Fazer gestão é buscar empresas que geram empregos, mas não sem antes cuidar da própria casa, oferecendo estrutura, conhecimento e motivação.

 

Pérsio Oliveira Landim, presidente da Subseção da OAB – Diamantino