O ato de ler, aliás, tem salvado vidas e as vai salvando enquanto caminha a história da humanidade, enquanto o mundo for mundo e tiver perfume a flor…
Relatos nesse sentido sempre me interessam grandemente, por isso os coleciono: alguns grafados em papel ou no computador; outros registrados na memória.
Então, eu, que comecei escrevendo para o grande público justamente em jornal (em 1991, em ‘A Gazeta’, de Cuiabá, com artigos e pequenos ensaios), sempre que vou escrever meus textos literários ou pretensamente literários, logo penso que eles deviam sair no jornal – antes ou depois de sair em livro. “Era pra sair no jornal” – é o mantra sempre por mim repetido.
Por isso, tanto em meu primeiro livro (Viagens inventadas), de 2010, quanto no que está “no prelo” (Vestida de preto e outras crônicas), lá estão o jornal e o jornalismo marcando presença. Nesse sentido, tem gente, a exemplo dos jornalistas Kleber Lima e Lucas Bólico, que até vai além e diz que, mesmo quando não quero fazer jornalismo em literatura, sempre faço!
Nesse ‘namoro’ jornalismo-literatura, dou vazão a temas, modos de fazer, fetiches, à ligação com o mundo contemporâneo e com as outras mídias, em meu diálogo sonhado com o mundo das artes e da cultura.
No meu mundo ideal, até mesmo um texto de várias páginas como a crônica “Eles no circo, elas no celular”, que integra o novo livro e fala do primeiro contato que tive com a dupla Milionário e José Rico, em 1971, e com as meninas Lorena e Rafaela, em 2016, era pra sair no jornal.
Era pra sair no jornal.
MARINALDO CUSTÓDIO, escritor, é mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
mcmarinaldo@hotmail.com