Ex-madeireiros promovem Florestal Tech em Cuiabá

Uma das atividades de base florestal em Peixoto de Azevedo

Com a chancela do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem) Cuiabá sedia o 1º Florestal Tech, evento oficialmente para promover a cadeia produtiva da madeira, mas, nas entrelinhas, também para buscar a aproximação do empresariado do setor com a população. O Florestal Tech será aberto às 19 horas de amanhã, quarta-feira, e se estenderá às 18 horas da sexta-feira, no Centro de Eventos do Pantanal.

Atividade mantida há anos sob ressalva da população, a extração de madeira trocou seu nome oficial para indústria de base florestal, baniu do seu dicionário as palavras desmatamento e derrubada. Para melhorar a imagem o Cipem – que representa o setor – aposta em eventos iguais ao Florestal Tech.

A força do empresariado do setor em Mato Grosso pode ser avaliada pelas duas palavras na abertura do evento:

O primeiro palestrante será Ricardo Russo, que abordará o tema “Por que o WWF Brasil apoia o setor de base florestal”; Russo é analista de Conservação do WWF Brasil.

Eficiência na Gestão e Controle de Origem da Madeira de Mato Grosso” será o tema da palestra de Mauren Lazzaretti, que é servidor da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Após as duas palestras o presidente do Cipem, Rafael Mason, fará o lançamento da Mostra de Arquitetura de Madeira para o Século XXI e da Exposição de Produtos da Madeira Nativa. Mason encerra o evento na sexta-feira, às 18 horas.
Nenhuma entidade ligada ao meio ambiente se pronunciou sobre o Florestal Tech. A mais poderosa das ONGs internacionais, a WWF, por sua representação brasileira, está unida e solidária com os antigos madeireiros agora rotulados de empresários do setor de base florestal em Mato Grosso, Estado que há décadas carrega a pecha de campeão nacional do desmatamento.

O Florestal Tech assusta setores sociais na medida em que fortalece uma atividade que coloca em risco os biomas mato-grossenses da floresta, cerrado e mata de transição, que juntos têm um ativo ambiental capaz de fazer a mais ajuizada das motosserras perder a cabeça.

 

EDUARDO GOMES/blogdoeduardogomes
Foto: Arquivo/blogdoeduardogomes