No fim de agosto passado, por exemplo, em uma megaoperação contra o crime organizado a Polícia Civil deflagrou a operação “Red Money” e cumpriu a 94 mandados de prisão preventiva contra o CV que, neste caso, movimentou cerca de R$ 52 milhões em pouco mais de um ano e que se organizava na forma de pirâmide de autofinanciamento.
Além de prender, a ação policial buscou apreender patrimônio e descapitalizar as lideranças do Comando Vermelho que estão na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Para isso, também foram cumpridas 80 ordens judiciais de bloqueios de contas correntes, além de sequestro de bens, entre veículos, joias, imóveis e valores.
Já anteontem, a Polícia Militar (PM) também acabou com uma festa Funk com mais de 100 pessoas, entre elas, seis menores de idade, crianças e reincidentes criminais, no loteamento Brasil 21, região do Bairro Osmar Cabral, em Cuiabá. O baile regado a drogas e até prostituição de menores era bancado pelo Comando Vermelho.
Entre uma operação policial e outra, os grupos criminosos seguem agindo e desafiando as autoridades públicas de Mato Grosso, onde atualmente um dos principais desafios das forças de segurança pública tem sido neutralizar as ações do Comando Vermelho ou do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A insegurança tem tomado conta da população e o nível a que chegou a violência tem sido intolerável a ponto da maioria das pessoas ter a sensação de viver em cadeias. Isso por que muitos cidadãos de bem evitam sair de casa determinados horários ou em frequentar alguns locais.
Por isso, entendo que as questões que envolvam a segurança pública devem ser encaradas com prioridade pelo próximo governo. A tarefa não é fácil. Mas, acredito que o Estado possa vencer o desafio com investimento em inteligência e o fortalecimento das polícias e da perícia, reestruturação do sistema prisional, atuação em políticas de prevenção e combate ao tráfico de armas e drogas.
Joanice de Deus é repórter