O afastamento cautelar dos cinco é um dos braços de uma operação da Polícia Federal que em parte atinge instituições e em cheio a classe política mato-grossense. A operação é resultado da delação do ex-governador Silval Barbosa ao Ministério Público Federal e homologada por Fux, que a definiu como monstruosa.
Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em mais de 60 endereços em Cuiabá e outras cidades. A operação tenta passar a limpo suposta obstrução da Justiça pelo ministro da Agricultura Blairo Maggi, o recebimento de mensalinho por deputados estaduais e um emaranhado de corrupção e de outros crimes que incluem a compra de vaga no TCE e o suposto recebimento de propina de R$ 53 milhões pelos afastados.
A propina aos conselheiros teria sido repassada por Silval, para que eles não criassem embaraços nos balancetes de contas das obras da Copa do Mundo de 2014 e do programa rodoviário MT Integrado. Coincidentemente ou não, o TCE chancelou todos os atos administrativos de Silval sobre a Copa e o MT Integrado.
Além de Antônio Joaquim foram afastados José Carlos Novelli, Waldir Teis, Valter Albano e Sérgio Ricardo. Com a decisão de Fux, Sérgio Ricardo sofre o segundo afastamento: desde 10 de janeiro Sérgio Ricardo está afastado do TCE por decisão do juiz Luís Aparecido Bortolussi Júnior, da Vara Especializada em Ação Civil Púlica e Ação Popular. Ele é acusado de ter comprado a vaga que ocupa no TCE, por R$ 4 milhões ao então conselheiro Alencar Soares.
A composição do TCE é de sete conselheiros. Quando da suposta propina, apenas dois, Humberto Bosaipo e Campos Neto não a teriam recebido, segundo Silval. Quando da suposta dinheirama Bosaipo estava afastado judicialmente pelo STJ em atendimento ao MP, que o acusa de crimes de improbidade administrativa; Bosaipo deixou o TCE ao se aposentar. Campos Neto foi excluído por Silval, sem maiores detalhes.
Com a degola dos cinco conselheiros o TCE de Mato Grosso se iguala ao do Rio Janeiro, onde também cinco conselheiros foram afastados judicialmente após terem sido denunciados por venda de aprovação de contas.
Redação