Garrafas de água: Hidratação ou Contaminação?
Mayane Fonseca*
Cuiabá
Com o calor forte e o tempo seco, qual o nosso primeiro pensamento? É preciso tomar água para manter o corpo hidratado, mas será que a garrafa de água que usamos só nos traz benefícios?
Conforme estudo realizado pela WaterFilterGuru, empresa especializada em controle de qualidade da água nos Estados Unidos, uma única garrafa reutilizável pode conter em torno de 20,8 milhões de Unidades de Formação de Colônias (UFCs), enquanto que no vaso sanitário foi detectada uma média de 515 UFCs. Ou seja, a garrafa contaminada possui 40.000 vezes mais micróbios do que um assento sanitário.
O levantamento aponta também que as garrafas sujas possuem duas vezes mais germes do que a pia de cozinha, e podem ser mais infectadas do que uma tigela para animais de estimação ou um mouse de computador.
Apesar de convivermos com bactérias ao nosso redor, algumas essenciais a nossa sobrevivência, há outras prejudiciais e que provocam danos ao nosso organismo.
Consumir água em garrafa colonizada por microrganismos pode ser prejudicial à saúde e inclusive, quando o sistema imunológico está comprometido, pode causar doenças, como amebíase, giardíase, gastroenterite, febre tifoide e paratifoide, hepatite infecciosa (Hepatite A e E) e até cólera.
Para prevenir a introdução de vírus, bactérias e fungos nocivos no nosso corpo é necessário assegurar a higiene das garrafas de água. O ideal é lavar a garrafa a cada uso, mas se não for possível, pelo menos uma vez ao dia, com água e sabão, mas também é recomendado usar uma escova apropriada para remover os microrganismos. Deixá-la secar antes de novo uso também previne o crescimento de micróbios e, por fim, não compartilhar o recipiente.
É importante consumir água, mas é primordial manter atenção aos cuidados com o líquido ingerido para evitar prejuízos à saúde.
*Mayane Fonseca é médica infectologista do Hospital São Mateus, em Cuiabá. Presidente da Sociedade Mato-grossense de Infectologia