Hipertensão pode resultar em consequências graves ao coração e rins

São Paulo, abril de 2018 – Hoje comemora-se o Dia Nacional da Hipertensão, uma das doenças silenciosas que acometem a maioria da população mundial. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), atualmente, 33% dos brasileiros sofrem com a doença, também conhecida como “pressão alta”. A hipertensão merece cuidado, pois a doença pode levar a outras consequências graves, como doenças cardiovasculares, acidentes vasculares e insuficiência renal.

A pressão arterial é responsável por empurrar o sangue bombeado pelo coração, pelas artérias, levando o suprimento necessário aos demais órgãos. Quando a pressão está alta, o coração faz mais força para bombear o sangue, porque com a idade as artérias ficam menos complacentes e oferecem mais resistência à sua passagem.

Esta força pode acarretar em lesões nas paredes das artérias, e resultar em um derrame (acidente vascular cerebral), a insuficiência cardíaca (coração grande) e a insuficiência renal (uremia). A hipertensão é uma das principais causas de doença renal e pode causar paralisação dos rins.

Os rins também sofrem com a hipertensão

Por ser considerada uma epidemia silenciosa, existe uma preocupação para esclarecer os malefícios da hipertensão. “A pressão alta, é uma doença muito comum que acomete uma em cada cinco pessoas. Entre os idosos ela chega a atacar uma em cada duas pessoas. Também as crianças podem sofrer de pressão alta”, explica o Dr. Marcos Vieira, nefrologista e presidente da Fundação Pró-Rim, referência nacional em tratamento e transplantes de rins.

Mas o que a pressão alta tem a ver com a insuficiência renal? “A relação entre hipertensão e a saúde dos rins é muito próxima. O que é acontece é que as artérias e arteríolas renais também são afetadas, resultando em perda progressiva da função excretora dos rins, o que leva ao aumento da pressão arterial”, explica o médico.

A maioria dos hipertensos não apresenta nenhum sintoma no início da doença. A pessoa pode sentir dores de cabeça, cansaço, tontura e ter sangramentos pelo nariz. A única maneira de saber se a pressão está alta é aferi-la regularmente. Considera-se como pressão normal a que está igual ou menor que 130/80 mm Hg (13 por 8).

Prevenção: cuidados com a alimentação

Entre os fatores que podem ser responsáveis pela hipertensão estão a hereditariedade, que pode estimular uma pré-disposição a doença; a idade; o peso, a obesidade é um fator de risco; além da falta de exercícios físicos; estresse; consumo de álcool; má alimentação com o excesso de sal e o tabagismo.

Conforme o “Guia Alimentar da População Brasileira”, uma publicação do Ministério da Saúde, a regra de ouro para uma alimentação saudável é minimizar o consumo de alimentos muito processados e fazer de base da nossa alimentação os alimentos In Natura.

“Com certeza essa é a principal orientação para prevenir também a hipertensão arterial, visto que reduzindo o consumo de alimentos industrializados, estaremos reduzindo o consumo de sódio. Outro fator importante é que aumentando o consumo de alimentos in natura, estaremos consumindo mais potássio, o que ajudaria no controle da pressão também”, orienta a nutricionista da Pró-Rim, Jyana Gomes Morais Campos.

O sal é muito perigoso e tem relação direta com a hipertensão. Seu consumo deve ser moderado e se possível, substituído por outros temperos. A nutricionista dá a dica: “temos muitas opções de temperos caseiros que podem facilmente substituir o sal e temperos industrializados. Todas as ervas e temperinhos não industrializados são liberados. Use e abuse deles como: alho, cebola, salsinha, cebolinha, orégano, manjericão, curry, pimenta e etc.”

Tratar a hipertensão exige muito esforço dos pacientes. Apesar de não ter cura, seguindo as orientações médicas e tendo aderência ao uso de medicamentos, conforme orientação médica, é possível ter boa qualidade de vida. Por isso, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26 de abril) deve promover a reflexão com maior seriedade possível a respeito da saúde mundial.

 

Redação

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