Líder do PCdoB sobre apoiar Wellington ou coligar com PT: tudo é possível

Manoel Motta (em política)”tudo é possível”

PCdoB e  o senador Wellington Fagundes (PR) firmaram há quase dois meses um pré-acordo para coligação. Pelo entendimento, Wellington seria candidato ao governo e os comunistas lançariam a ex-reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli, ao Senado. Wellington conta com esse compromisso. Entre os comunistas, em parte continua valendo, mas não se pode desconsiderar a possibilidade da formação de uma aliança entre eles e o PT. Manoel Motta, presidente do PCdoB e suplente do senador Wellignton, defende o casório político com o senador, mas pondera que em política “tudo é possível”.

O tempo passou, a política não perdeu a tradição da metamorfose e às vésperas das convenções do PCdoB e do PR, marcadas para 5 de agosto, nenhum deles ainda definiu a formação das chapas majoritárias ao governo e Senado, apesar da existência do compromisso entre eles. Para misturar as coisas, Maria Lúcia teria sido convidada por Wellington para sua vice, segundo Motta, mas tanto ela quanto ele sustentam que sua pré-candidatura para senadora está mantida.

Motta observa que antes das convenções dos dois partidos o PT decidirá em assembleia, amanhã (28), qual rumo seguirá. Uma corrente petista defende a tese do lançamento de candidaturas partidárias com as professores Edna Sampaio ao governo e Enelinda Scala ao Senado, numa aliança de esquerda com a participação do PCdoB, ao qual seria garantido vaga para Maria Lúcia numa das disputas ao Senado.

O nome de Edna é defendido por Lúdio Cabral, que é cogitado por Wellington para ser um de seus candidatos ao Senado. Lúdio, no entanto, entende que o PT deve disputar o governo com Edna e sustenta que pretende se candidatar a deputado estadual. Lúdio confirma a sondagem feita pelo senador, mas não recua do projeto de se lançar para a Assembleia.

Entre a vontade do PR e o desejo do PCdoB representado por Motta e Maria Lúcia, existe um mar de correntes petistas que se dividem entre uma coligação dos três ou o afunilamento canhoto entre petistas de comunistas. Coligação se faz com coligados, obviamente. Wellington sabe que é assim e com paciência beneditina tenta costurar a formação de seu palanque. Cauteloso, o senador evita detalhes, mas disse que “estou  conversando com todos”.

Motta gostaria que as três legendas caminhassem juntas. A possibilidade de uma aliança no plano nacional entre PT e PCdoB, existe, como historicamente está comprovado, mas Motta não acredita que nessa condição haveria fechamento de questão verticalizando o mesmo entendimento aos estados. Ou seja, independentemente do que se alinhave para a disputa presidencial, é grande a possibilidade de total liberdade para os partidos decidirem regionalmente.

É só aguardar as movimentações das peças desse jogo político, que no tocante aos nomes, estará definido até o dia 5 de agosto.