Privilegiada por sua localização no centro do continente, Várzea Grande forma uma conturbação com a capital. Nas duas margens do rio que as une residem 890 mil habitantes e cinco pontes permitem o vaivém entre as margens. Um aeroporto internacional, três rodovias federais e uma boa malha viária urbana formam a espinha dorsal do transporte e da mobilidade do povo várzea-grandense.
As duas cidades sempre estiveram de frente uma para a outra, numa boa integração que não tem espaço para bairrismo.
Desde a fundação de Várzea Grande e até 3 de junho de 1874 a travessia do rio Cuiabá era feita por canoas. No dia seguinte entrou em operação uma balsa, que passou por processos de modernização e funcionou até 19 de janeiro de 1942, quando o progresso a aposentou. Em seu lugar, em 20 daquele mês, entrou em cena a Ponte Júlio Müller e desde então a ligação intermunicipal continuou evoluindo.
CRESCIMENTO – Em 8 de abril de 1896, data em que Cuiabá celebrava 177 de fundação, Várzea Grande foi transformada em seu distrito e assim permaneceu até 23 de setembro de 1948, quando o governador Arnaldo Estevão de Figueiredo sancionou uma lei de autoria do deputado Licínio Monteiro da Silva, aprovada pela Assembleia Legislativa, emancipando Várzea Grande da capital e de uma área rural em Nossa Senhora do Livramento.
A emancipação foi pressionada com a inauguração da primeira ponte, em 20 de janeiro de 1942, uma vez que Várzea Grande despertou interesse em comerciantes e o distrito passou a lutar para ser cidade, o que aconteceu.
Para administrá-la até a realização da primeira eleição, Arnaldo Estevão nomeou para a prefeitura o major da Polícia Militar Gonçalo Romão de Figueiredo, e ele exerceu o cargo entre janeiro e julho de 1949.
A primeira eleição municipal aconteceu em 1949 e Gonçalo Botelho de Campos tornou-se o primeiro prefeito eleito do município e administrou até janeiro de 1951, num período de turbulência política municipal.
A emancipação foi decisiva para o crescimento.
Em 1948 Várzea Grande tinha 4.600 habitantes.
Em 1960 o número saltou para 10.834.
No censo de 1970 o IBGE cravou 18.305 moradores.
Uma década depois, em 1980, verificou-se o grande salto: havia 76.676 várzea-grandenses.
Em 1990 Várzea Grande havia assumido a condição de cidade importante, com 181.958 residentes.
PONTES – A Ponte Júlio Müller aposentou as balsas que faziam a travessia dos carros, carroças, ciclistas, pedestres e mercadorias entre Cuiabá e Várzea Grande e no sentido contrário. Sua construção foi costurada pelo senador Filinto Müller como parte de um pacote conseguido por ele junto ao presidente Getúlio Vargas.
Outras pontes completam a ligação. Uma, na MT-407, a Rodovia dos Imigrantes, e outra, na Rodovia Mário Andreazza; e duas ligando áreas movimentadas, sendo uma, a Ponte Ministro Sérgio Motta (foto), com 327 metros, 20,7 metros de largura com quatro pistas em dois sentidos e 52 metros em seu ponto mais alto; foi a terceira ponte estaiada (sustentada por cabos de aço) construída no Brasil.
A ponte Júlio Müller tem uma pisa reservada para o veículo leve sobre trilhos (VLT), cuja obra não foi concluída pelo governo de Mato Grosso. É a que recebe maior fluxo de veículos nos dois sentidos e interliga a avenida da FEB ao centro de Cuiabá via bairro do Porto.
AEROPORTO – A principal porta de entrada em Mato Grosso é o Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, que no ano passado movimentou 3.006.701 passageiros e tem capacidade para 5,7 milhões anuais.
Inaugurado em 1956 numa área de 728 hectares, o Marechal Rondon operou 48.406 aeronaves no ano passado, quando movimentou 100,3 toneladas de cargas em seu terminal específico.
Sua estação de passageiros tem 13.752 m² e com conta com três elevadores e quatro escadas rolantes.
A pista mede 2.300 metros ou 7.456 pés e seu estacionamento tem capacidade para 927 veículos leves.
Várzea Grande, por sua localização tornou-se polo de redistribuição de voos domésticos nacionais.
O Marechal Rondon é importante empregador direto e indireto e ocupa lugar de destaque na economia várzea-grandense.
Em 15 de março deste ano o Marechal Rondon foi dado em concessão pelo governo federal, por meio de leilão na Bolsa de Valores de São Paulo. O consórcio Aeroeste, formado pelas empresas Socicam Terminais Rodoviários (85%) e Sinart Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico (15%), o arrematou por R$ 40 milhões, com ágio de 4.737%. Esse bloco foi disputado por mais uma empresa, a Construcap, de São Paulo.
(novamente vamos de fotos legenda. A primeira foto é do Trevo do Lagarto. Podemos botar a legenda Trevo do Lagarto e dar o crédito de lado na foto pra blogdoeduardogomes) A foto 2 é da Rodovia dos Imigrantes. Acho que podemos botar a legenda Rodovia dos Imigrantes com o crédito de lado pra Júnior Silgueiro)
RODOVIAS – Três rodovias federais cruzam Várzea Grande: 070, 163 e 364. O maior trevo rodoviário mato-grossense e do Lagarto, onde essas estradas se encontram.
A rodovia 070 liga Pontal do Araguaia/Barra do Garças a Corixa, município de Cáceres, na fronteira com a Bolívia, e cruza General Carneiro, Primavera do Leste, Campo Verde, Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres.
Na travessia do Aglomerado Urbano de Cuiabá a 070 recebe a nomenclatura de MT-407 Rodovia dos Imigrantes, pois em 2013 seu trecho de 28 quilômetros nessa área foi federalizado.
A 364 faz a ligação de Rondônia com Goiás cruzando o Chapadão do Parecis, Diamantino, Rosário Oeste, Nobres, Jangada, Várzea Grande, Cuiabá, Jaciara, São Pedro da Cipa, Juscimeira, Rondonópolis, Pedra Preta, Alto Garças e Alto Araguaia.
Essa rodovia cruza as áreas urbanas de Várzea Grande e Cuiabá em trechos coincidentes com ruas e avenidas.
A 163 começa em Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, atravessa Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, entra em Mato Grosso pelo município de Itiquira e avança a Acotipa, no Pará, divisa com Suriname.
Entre o Trevo do Lagarto e Santarém a BR-163 recebe o nome de Cuiabá-Santarém e tem 1.770 quilômetros de extensão, com trecho sem pavimentação no Pará.
A Cuiabá-Santarém foi sonhada por Couto Magalhães, para o escoamento de diamante para a Europa e a integração nacional. No Pará ela é chamada de Santarém-Cuiabá.
ASFALTO – Várzea Grande tem boa logística de transporte e na sua ligação com Cuiabá, e na sua área urbana não é diferente.
Como parte das comemorações dos 152 a prefeitura executa a pavimentação de 500 mil metros quadrados de ruas e avenidas, o correspondente a uma extensão de 75 quilômetros. Mas, a prefeita Lucimar Sacre de Campos quer mais. Até o término de seu mandato, em dezembro de 2020, Lucimar espera construir 230 quilômetros de pavimentação, dos quais 150 quilômetros de novos asfaltos tirando comunidades da poeira e do barro.
Esse volume de obras asfálticas será assegurado com recursos próprios do município e por meio de convênios com a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Dentre outros serão contemplados os bairros Mapim, Jardim dos Estados, Jardim Glória I, Jardim Glória II, Jardim Marajoara, Alameda Júlio Müller, Jardim Esmeralda, Jardim Alá, entre outros, além de áreas centrais.
A obra de pavimentação é acompanhada por Lucimar e assessores. A prefeita fiscaliza a execução, conversa com os técnicos e operários, ouve a população, abre espaço para sugestões de moradores e dirigentes do movimento comunitário.
Os novos asfaltos e a recuperação da malha viária urbana dão nova configuração ao trânsito da cidade. Além disso, moradores ganham em qualidade de vida na medida em que deixam de enfrentar problemas com a poeira e o barro. Mais: a melhoria da infraestrutura valoriza os imóveis e cria novas perspectivas ao comércio diretamente beneficiado com as obras.
A pavimentação de ruas e avenidas em Várzea Grande é mais um fator positivo para a geração de empregos. Centenas de operários, técnicos, e engenheiros trabalham direta e indiretamente nas obras que se espalham pela cidade.
Redação blogdoeduardogomes
PS Páginas 18 a 27 da edição maio de 2019 (Nº 114) da Revista MTAqui -temática sobre os 152 anos de Várzea Grande.
Na publicação constam os nomes do jornalista que escreveu a matéria e dos fotógrafos que a ilustram.
A diagamação da publicaão é de Édson Xavier