Nasceu o menino em 1º de junho 1922, na pequenina Rosário do Catete – Sergipe, filho do Sr. Antônio Garcia Sobrinho e Sra. Antônia Menezes Garcia, família de tradição política. Através do esforço cooperativista familiar, formaram todos os 9 irmãos, sendo que Garcia Neto cursando o ginásio, ainda aos 15 anos, veio a ser eleito membro da União Democrática Estudantil. O berço tinha DNA, o irmão Luis Garcia, foi imortal da Academia, e governou Sergipe em 1959. Fluindo a vida, atendendo os proclamos da Pátria, forma-se oficial do Exército – CPOR em 1943, até comandou um Pelotão de Vigilância de Costa, onde submarinos alemães afundaram 3 navios. Havendo deixado o torrão natal para um centro maior onde reunissem maiores opções de estudos, na reconhecida Escola Politécnica da Bahia, em 15 de dezembro 1944 formou-se engenheiro civil.
Agora engenheiro, aos 22 anos incia trabalhos na empresa de construção civil Coimbra Bueno, no Rio de Janeiro a Capital Federal, implantando a nova estrada para Petrópolis. Havendo se destacado, no final de abril 1945, foi designado para dirigir o longínquo Escritório de Cadastro e Urbanismo de Cuiabá, tornando-se desta forma responsável por um coletivo de obras que se mostram solenes e firmes até os dias atuais, durante o governo do Interventor Júlio Müller. Dentre estes relevantes feitos, destaca-se a primeira ponte de concreto armado sobre o rio Cuiabá, a pioneira Estação de Tratamento de Água da Capital, a edificação do Palácio da Justiça, o prédio da Secretaria-Geral do Estado, o pomposo Grande Hotel, o Cine Teatro Cuiabá e o Colégio Estadual – Liceu Cuiabano, esta vem a ser até os dias atuais, a maior obra educacional do Estado! Depois gerindo o Escritório de Construção Civil, finda os trabalhos do Balneário Águas Quentes. Finalizadas todas obras oficiais de Cuiabá, estava preparando-se para retornar ao Rio de Janeiro, já era casado com a Sra. Maria Lígia, que esperava o nascimento do seu primeiro filho, quando recebe um convite do Secretário de Agricultura, e Obras Públicas … Sr. Arquimedes Pereira Lima.
Neste momento um divisor de águas na carreira do engenheiro, inicia os passos da inescusável e vitoriosa jornada do político, quando o jovem casal do sergipano e da amazonense, aceita trocar as belezas do Rio pelo calor cuiabano, ele assume o Dep. de Obras Públicas de MT. Rejubilando-se mais tarde por ter conhecido Rondon e Dom Aquino, “como foi bom ter ficado!” Inclusive o Arcebispo havia feito questão de celebrar suas bodas, contudo numa missa, que eram naqueles idos, pela manhã e assim foi … às 8 horas no dia 12 de setembro 1946 na antiga Catedral.
Ascendendo agora o político, candidatou-se à prefeitura de Cuiabá pela UDN, tornou-se o primeiro prefeito eleito da Capital, empossado em 15 de março 1955. Estando em lado oposto ao do governador, teve recursos vetados, mesmo assim iniciou o serviço médico rural, o Mercado Municipal, outra obra em realce, foi o bairro Bandeirantes o primeiro a ser projetado. Em seguida em 1960, Garcia Neto foi eleito vice-governador pela mesma UDN, sendo Fernando Corrêa da Costa governador, dentre suas principais preocupações a energia elétrica e o transporte, oportunidade em que percorreu todos os municípios do Estado, reconhecendo sua potencialidade.
A Câmara Federal para Garcia foi um passo fácil, elegeu-se em 2 oportunidades, sendo sempre o mais votado, primeiro no período 1967 até 1970, depois 1971 findando em 1974. Neste momento eclode o resultado de todo o seu conhecimento assimilado nas viagens realizadas, e face os desequilíbrios do país, como a seca, geadas, minifúndios; surge o MT Estado-Solução! Assim foi o histórico discurso na Câmara em 4 de abril 1967, destacando o valor de Mato Grosso, as obras federais exigidas para a região, e salvaguardar a Amazônia contra a cobiça internacional. Os pronunciamentos enfatizavam sobretudo a liberdade de imprensa e o repúdio à violência. Através seu empenho logrou-se incluir MT no Plano Prioritário Nacional, resultando a BR – 364. Marcante para a Cuiabá, rivalizando com o Sul do Estado, a implantação da Universidade Federal, foi sua a proposta inicial da UFMT de 1967 e concretizou o antigo sonho, pois aprovado em 1970.
Indicado pela Arena, foi eleito por via indireta, Governador no ano de 1974, sendo empossado em 1975, conduziu-o sob o lema marcante da gestão, – Mato Grosso Estado-Solução. A profecia hoje se efetiva, MT campeão da Agricultura e responsável pelo superávit da Balança!!! Mesmo posicionando-se contra a divisão do território uno original, ouviu do Presidente E. Geisel, a justificativa … “há um ponto que eu quero realçar para sua compreensão. Quando Mato Grosso atingir o desenvolvimento de um S. Paulo, isso poderá afetar o equilíbrio da federação brasileira“.
Por fim, cerrou os olhos em 19 de novembro 2009, deixou viúva, 5 filhos, 13netos, e 18 bisnetos.
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