Michele Bolsonaro, Damares, Virgínia Mendes e a pandemia em Rondonópolis

Michele abraça Damares e juntas vão pra Rondonópolis em plena pandemia
Triste populismo em época de mortes, luto, dor, tristeza e sofrimento em meio à pandemia do coronavírus. Triste populismo com as impressões digitais da primeira-dama do Brasil, Michele Bolsonaro; da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves; e da primeira-dama de Mato Grosso, Virgínia Mendes. As tres estarão nessa quinta-feira, 28, em Rondonópolis, para engrega de cestas básicas a povos indígenas. Lamentável!

Com a economia urbana ressentida, com o trabalhador em boa parte desempregado ou à espera do bilhete azul, com uma crise econômica que ainda não pode se mensurada, Rondonópolis é palco da gastança inconsequente de dinheiro público com as desncessárias presentes de Michele Bolsonaro, Damares Alves e Virgínia Mendes, todas, com o custo de seu turísmo entre aspas humanitário bancado pelo mesmo contribuinte que ora está em desespero tentando sobreviver duplamente: ao risco da contaminação pelo coronavírus e aos impactos dos graves problemas econômicos.

Lamentável! A justificativa para as visitas? A entrega de cestas básicas a lideranças indígenas, num evento na Companhia Brasileira de Alimentação (Conab), naquela cidade.

Lamentável! Ao invés da gastança com aviões, automóveis, segurança, diárias e outros penduricalhos que os cartões corporativos da Presidência e do Governo de Mato Grosso, e outras fontes, bancarão, o presidente Jair Bolsonaro deveria ter determinado a compra de mais cestas. Além disso, o governador democrata Mauro Mendes precisaria ter comprado um bom lote de cestas. Se assim os dois governantes tivessem agido, teríamos o Estado em sua dimensão federal e estadual cumprindo seu papel, sem populismo, que nesse período de pandemia soa mórbido.

Tenho certeza que em qualquer outra ocasião Rondonópolis se sentiria orgulhosa – no melhor sentido da palavra – ao receber a visita de Michele Bolsonaro, figura simpática, mulher sem extravagância no figurino e dedicada à causa dos deficientes auditivos e a acolheria de braços abertos. Damares, também seria recebida com o calor humano rondonopolitano. Virgínia já esteve algumas vezes na cidade acompanhando o marido em campanha eleitoral e certamente  receberia boa saudação. Porém, agora, com o Brasil chorando mais de 24 mil mortos e Mato Grosso também enlutado e com mais de 1.700 infectados pelo coronavírus em 75 municípios, não.

O Brasil precisa de amadurecimento político, tanto por parte dos próprios quanto da população sem excluir a Imprensa, que deve ser atenta à exploração da tragédia humana.

Que triste papel.  Essa morbidez ultrapassa a racionalidade.

 

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTO: Agência Brasil

 

 

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