Ministério Público apura irregularidades na Caravana da Transformação

Pedro Taques na Caravana da Transformação

Principal vitrine de divulgação do governo Pedro Taques, a Caravana da Transformação – que fazia atendimento oftalmológico e de cidadania – está no centro de uma investigação do Ministério Público (MP), que apura “fatos graves”, segundo promotor Mauro Zaque. A juíza Célia Vidotti decretou a indisponibilização de bens do secretário estadual de Saúde, Luiz Soares. Nesta segunda-feira estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em órgãos do governo e numa empresa paulista.

O MP, por meio do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público de Cuiabá, realiza nesta segunda-feira a operação “Catarata”. Agentes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) de Mato Grosso e de São Paulo cumprem mandados de busca de apreensão na Secretaria de Estado de Saúde (SES) e na empresa 20/20 (Fábio Vieira da Silva), localizada em Ribeirão Preto.

O Gaeco não revela, mas uma fonte assegura que o principal alvo da operação seria um contrato de R$ 50 milhões entre o governo de Pedro Taques e a empresa 20/20, do qual o Estado já teria desembolsado R$ 44.650.

De acordo com o coordenador do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público, promotor de Justiça Mauro Zaque, o objetivo da operação é apurar “fatos graves na execução do contrato da Caravana da Transformação no tocante aos serviços de oftalmologia”. Os mandados de busca e apreensão foram deferidos pela juíza Célia Vidotti em ação cautelar proposta pelo MP.

A magistrada também acatou o pedido do MP e determinou a suspensão do contrato e o pagamento de quaisquer valores à empresa responsável pelos serviços de oftalmologia. Segundo o MP “Foi decretada ainda a indisponibilidade de bens do secretário do Estado de Saúde, Luís Soares, e do proprietário da empresa”. Na tarde desta segunda-feira, o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público colherá depoimentos de pessoas envolvidas no caso. O MP não deu detalhes sobre o bloqueio de bens de Soares;

Oficial de Justiça esteve na manhã desta segunda-feira (3) notificando a Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan) sobre a decisão da suspensão do contrato.

O governo de Mato Grosso não se pronunciou sobre a operação Catarata.

CATARATA – O nome da operação do MP, Catarata, é alusão ao principal atendimento feito pela Caravana da Transformação, que de modo itinerante realizou operações de catarata nos polos regionais.

Eduardo Gomes com Assessoria do MP

FOTO: Arquivo Gabinete de Comunicação do Governo