Existem bloqueios nas rodovias e também versões sobre o manifesto nacional dos caminhoneiros, que neste domingo, 27, chega ao sétimo dia.
Em Cuiabá, alguns produtos faltam nas prateleiras, postos estão fechados e até o número de fiéis nas igrejas cristãs foi menor do que a média.
Há bloqueios em todas as regiões, e no sábado, em Sinop, o governador Pedro Taques decretou “estado de emergência”, medida que autoriza a polícia estadual agir em sintonia com as Forças Armadas e polícias da União na escolta de gêneros de primeira necessidade, e até de assumir o volante de caminhões quando seus motoristas estiveram ausentes ou se recusarem a dirigi-los em situações especiais.
Em Cuiabá os ônibus do transporte coletivo urbano circularam normalmente, mas com menos passageiros. Parece que a manifestação dos caminhoneiros influencia no comportamento das pessoas e as afasta das ruas.
Igrejas em Cuiabá nesse domingo celebram missas com menos católicos. O mesmo acontece com os cultos em igrejas evangélicas. A redução dos fiéis está diretamente associada à falta de combustível para reabastecimento dos carros de passeio e utilitários.
No sábado e neste domingo, a Azul suspendeu as frequências de seus voos Cuiabá-Sinop.
Em Cuiabá e Várzea Grande falta cigarros em muitos bares e outros pontos de venda. O Santa Rosa, maior hospital particular da capital distribuiu nota informando que seu atendimento “é normal” e que continuará assim enquanto houver insumos médicos.
Os bloqueios continuam nesse domingo no Distrito Industrial de Cuiabá (BR-364-163-070), Jaciara, Rondonópolis, Sinop, Sorriso, Cáceres, Pedra Preta, Guarantã do Norte, Alto Garças, Nova Xavantina, Campo Verde, Confresa, Matupá, Sapezal, Água Boa, Campo Novo do Parecis, Barra do Garças, Diamantino, Primavera do Leste e em outras cidades.
A paralisação não tem rosto, não tem entidades organizadoras. É uma manifestação coletiva nacional contra o abuso do preço do óleo diesel, da cobrança abusiva do pedágio e a alta carga tributária no combustível, peças mecânicas e no custo final dos caminhões e carretas. Há muitas versões sobre o movimento.
Algumas manchetes mostram a quase desmobilização dos motoristas, outras estampas a resistência desses profissionais. Independentemente do noticiário, a tendência do movimento é o esvaziamento pelo cansaço dos participantes e as imposições da vida: o caminhão para, mas a prestação de sua compra, não; as despesas familiares dos caminhoneiros autônomos e o custo das empresas que aderiam ao movimento, também não.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTO:Idem