Mulher cuiabana crie brio na hora do voto
Por
Eduardo on 24 de setembro de 2024
Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com
O título é forte, mas necessário para levar a mulher a ler este texto que sintetiza bem a ausência feminina na Câmara de Cuiabá, onde com esforço de memória – desde a divisão territorial que criou Mato Grosso do Sul – a presença feminina somente não é zero por conta de Enelinda Scala, Chica Nunes, Verinha Araújo e Lueci Ramos em plenário, no passado. O ambiente masculinizado do Legislativo Municipal precisa de assepsia moral, pela postura do conjunto das últimas legislativas, e de arejamento com a maioria feminina, para botar fim a tantos conchavos, conluios e compadrios bancados pelo polpudo duodécimo de 70 milhões arrancados da população impotente face a precariedade da Saúde Pùblica e os escândalos que resultaram em mais de 20 operações policiais contra a administração do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Repito: Mulher cuiabana crie brio na hora do voto. Não é possível que o universo feminino de Cuiabá, tão bem representado e presente em todos os segmentos fora da política, não consiga fazer valer sua voz elegendo vereadoras para a formação da próxima legislatura com predominância feminina e não como agora, de modo quase simbólico.
Cuiabá tem expressão feminina no empresariado, no Ministério Público, magistério, magistratura, profissões liberais, cultura, música, esporte e por onde mais se possa imaginar. Porém, quando chega o momento do voto uma estranha apatia ofusca o brio das nossas mulheres – que pena!
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Mulher, vote mulher para a Câmara. Em todas as siglas elas estão presentes, da mesma forma o fazem no campo ideológico. Não é moral manter a legislatura masculina que é a marca da vereança cuiabana.
Das urnas saírão vereadores. Os homens estarão presentes na próxima legislatura, e isso é bom para o equilíbrio representativo – tomara que esse universo masculino seja representado por novatos, pois os atuais envergonham a cidadania, salvo as exceções de praxe e quase protocolares. Resta às mulheres elegerem suas representantes, e que elas formem maioria. Uma inédita maioria.
Caso a mulher cuiabana assuma seu papel perante o processo democrático da votação, Cuiabá será precursora de novo modelo político, porque da Câmara a força feminina avançará em todas as direções criando um Estado justo e não excludente.
Eleitora somente você representa a si mesma. Não espere por manifestação feminista de movimentos que dizem representar a mulher mato-grossense. Essas entidades de oportunismo não abrem a boca contra os poderosos quando os mesmos espancam suas mulheres. Recentemente, em Porto Esperidião, duas jovens foram sequestradas, torturadas e assassinadas; uma delas era Rayane Alves Porto, candidata a vereadora pelo Republicanos – segundo a Polícia Civil, as duas foram mortas a mando de um faccionado preso em Cuiabá. Nenhuma entidade que diz representar a mulher abriu o bico.
Espero que no dia 6 a mulher cuiabana saia da zona de conforto que abriga a obediência paterna, matrimonial, familiar e suas relações de trabalho. Que faça do sigilo e do silêncio da urna sua praça de grito de guerra nesta terra de machismo estrutural político.
Num próximo editorial focalizarei o voto feminino para prefeito.
Mulher gosta de limpeza. Taĺcez isso explique a reduzida presença feminina na política. Mas já passou da hora de mulheres arregaçarem as mangas e partirem pra faxina nesse meio corrupto e sujo…