No tricentenário de Cuiabá seu presente é a Rua do Rasqueado

Guapo recria seu projeto de levar o rasqueado ao povo

Seu nome é Rua do Guapo, mas podem chamá-la simplesmente de Rua do Rasqueado

Quando a vida está triste, cante e dance seus velhos cantos” é com esse slogan que o cantor e compositor Milton Pereira de Pinho, o Guapo, volta ao Centro Histórico cuiabano com a Rua do Rasqueado, resgatando a música popular mato-grossense. O evento musical e dançante, que está com data de início prevista para o dia 18 de abril, faz parte das comemorações do aniversário de 300 anos de Cuiabá.

A Rua do Rasqueado é um projeto idealizado por Guapo em maio de 1992, mas só no ano seguinte é que a Prefeitura de Cuiabá o colocou em prática. Há 26 anos, no dia 5 de abril de 1993, excepcionalmente em uma segunda-feira, o projeto foi inaugurado, três dias antes do aniversário de 274 anos da capital. A partir de então, durante vários anos, a Praça Caetano Alburquerque, no Calçadão da Cândido Mariano, esquina com Ricardo Franco, passou a ser local de happy hour dançante para os cuiabanos, acabando com o marasmo do centro da cidade toda as quintas-feiras.

Composições de grandes nomes responsáveis por resgatar o rasqueado cuiabano já foram projetados na Rua do Rasqueado, como Mestre Ignácio, Albertino, Luiz Cândido, Luiz Marinho, José Agnelo, Tote Garcia, Honório Simaringo, entre outros, assim como nomes da nova geração como João Eloy, Pescuma, Roberto Lucialdo, Gilmar Fonseca, e o próprio Guapo. O projeto, além de conservar artistas reconhecidos, abre espaço também para novos talentos e traz para o centro da cidade artistas das periferias.

Neste ano, o evento deve contemplar também músicos migrantes e imigrantes e também os artistas plásticos cuiabanos, que farão performance ao vivo em cima da temática respectiva ao evento. Acontecera também, durante a semana, as oficinas de música e dança regional, um complemento substancial que será “os bastidores” da indução ao evento das quintas-feiras.

Esse projeto segue agora para acompanhar outros projetos da Prefeitura de Cuiabá, de suma importância, como a PEC – Cidade Histórica, que já começou a restaurar o Centro Histórico, dando um ar mais alegre à cidade, para que num futuro próximo, deixe de se tornar “taciturna e sombria” após as 20 horas, parecendo que todo toda alegria, hospitalidade e calor social que ela irradia o dia todo, se desfaz no entardecer, pós a ausência do sol, contrariando a capital boêmia de outrora, quando nada disso acontecia, por causa dos diversos cinemas, restaurantes e bares noturno dos anos 50, 60 e 70 do século passado”, ressalta Guapo.

Rasqueado é o ritmo da alma cuiabana

Uma novidade para essa nova edição, é que o projeto não ficará apenas no Centro. O bairro CPA e a Orla do Porto também receberão o evento, sempre às quintas-feiras, das 18 às 22 horas.

Além de resgatar a cultura e valorizar o centro histórico, o evento também tem o objetivo de reunir famílias e amigos para, como diz o slogan, cantar e dançar seus velhos cantos, já que o país tem vivido momentos que entristece toda a população.

A cada quinta-feira duas bandas locais se apresentarão na Rua do Rasqueado. A abertura e o encerramento serão sempre feitos por Guapo e sua banda, e durante 30 minutos de intervalo entre a troca de bandas, os sons haitiano, latino-americano, gaúcho, nordestino e carioca, se farão presentes. “Os sons de outras regiões darão uma ênfase maior aos presentes, exaltando e consagrando a capital, como caminho obrigatório e portal de entrada para o Pantanal”, explica Guapo.

“Os visitantes ficarão marcados ao passar pela “Meca da noite cuiabana”, onde os que cantam e dançam, mostram a bem-aventurança de viver na Cidade Verde e que esta está a cada dia conectada com a alegria dos trópicos e a solidariedade com a cultura musical de outras partes do mundo”, completa.

A união das diversas culturas, segundo Guapo, serve para consolidar o velho testamento indígena que dizia a todos que chegavam nesta terra: “ Venham, fiquem, aprendam a gostar do que gostamos”.

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