O adeus de Pancoso em Rondonópolis

Pancoso

Rondonópolis se despede de uma de suas figuras populares mais queridas. Pancoso, que aos 88 anos não resistiu a um enfisema pulmonar. Fechou os olhos para sempre, ontem, 28, e seu corpo será sepultado na manhã deste quinta-feira, no Cemitério São João Batista, na vila de Mata Grande, à margem da rodovia MT-130 e da penitenciária que é conhecida pelo nome daquela localidade distante três quilômetros da cidade.

Pancoso é como se tornou conhecido o chapa Etevaldo Clementino Leite, um alagoano forte, que não teve acesso à Educação e se valia da força física carregando e descarregando caminhões para o sustento de sua família.

Rondonópolis era pequena em 1959 e carregava o título de Rainha do Algodão, quando Pancoso ali chegou. Forte, Pancoso se juntou a outros chapas, a exemplo do Coco, para descarregar caminhões que transportavam algodão para o armazém do Medeirão, onde também carregava fardos que eram embarcados para a indústria.

A economia da cidade se diversificou e houve considerável aumento na movimentação de carga. Pancoso era muito procurado por motoristas e comerciantes, por ser forte e rápido.

Em 1988 o PSB lançou pancoso candidato a vereador, mas  não registrou o apelido que era sua verdadeira identidade. Para a Justiça /Eleitoral não havia candidato Pancoso, mas somente Etevaldo. À época não havia urna eletrônica e a votação era por cédula impressa, onde o eleitor ou escrevia o nome do candidato ou seu número, e opcionalmente sua sigla partidária. Pancoso recebeu votação consagradora, mas toda ela invalidada pela falha de seu partido, que para muitos foi intencional, por temer que o mesmo não aceitaria ser manipulado pelos caciques políticos.

Sem mandato, mas com o título de Eterno Vereador. Assim era Pancoso que com seu adeus leva mais um fragmento da Rondonópolis do ontem.

Descanse em paz!

Eduardo Gomes

FOTO: Jornal A Tribuna em Rondonópolis www.atribunamt.com.br

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