Aos 89 anos Pedro Pedrossian (foto) perdeu a luta pela vida. Na madrugada de 22 de agosto, em sua casa em Campo Grande (MS), seu sono se estendeu à eternidade. Com seu adeus Mato Grosso e Mato Grosso do Sul perderam seu maior homem público. Seu legado enquanto administrador é grande em ambos os lados da divisa dos dois estados; na militância deixou exemplo da responsável ousadia visionária que teima em não ser assumida pela classe política na terra onde ficaram suas pegadas de governante competente, legislador combativo e de político muito além de seu tempo. Foi o último governador eleito em Mato Grosso antes da divisão territorial ocorrida em 11 de outubro de 1977.
Por volta das 3h30, quando deixou de respirar, Pedrossian já não mais enxergava nem caminhava, lutava contra o diabetes e, além disso, enfrentava problemas cardíacos e com a obesidade mórbida. Deixou a viúva Maria Aparecida, seis filhos, netos e bisnetos. Filho de Rosa e João Pedro Pedrossian, casal pobre de origem armênia, nasceu na casa de sua família em Miranda (MS), em pleno Pantanal, ao lado dos trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), da qual mais tarde, após cursar a Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, seria engenheiro civil e diretor.
Descrever sua trajetória na vida pública é deparar-se com uma das mais importantes páginas políticas do Centro-Oeste. Pedrossian governou os dois estados e foi senador por Mato Grosso do Sul. Político hábil, nunca se deixou levar por partido e sempre se filiava a outro quando o cenário lhe cobrava mudanças ou dependia da mesma para se manter no poder ou conquista-lo; isso o levou ao PSD, Arena, PTB, PSDB, PST, PDT, PDS e ao PMN. Parte de suas memórias está no livro de sua autoria “Pedro Pedrossian – O Pescador de Sonhos”, publicado em 2006.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTO: Arquivo blogdoeduardogomes