O silogismo

Silogismo é uma linha de raciocínio lógico, cujo precursor é Aristóteles, que parte de premissas (informações/proposições) para se chegar a uma conclusão. Este modelo é normalmente seguido pelas pessoas para tomarem as suas decisões.

As decisões que tomamos, as vezes, partem de premissas falsas que somente vão ser constatadas muito tempo depois, quando o desastre já será inevitável. Premissas equivocadas/falsas levam a opções equivocadas. Há poucos anos a canto da sereia de um político “paz e amor”, nos levou a acreditar nele (proposições) e entroniza-lo no cargo máximo da nação. Este seria, na época, o maior político que o Brasil já teve. Entretanto, constatou-se depois que se tratava de um “fogo fátuo” e ele foi parar no xilindró.
Na mesma linha, anos depois, a elegeu-se, por expressiva maioria, um pretenso mito detentor de uma varinha de condão que iria resolver todos os nossos problemas, como se o País não existisse antes dele. Os seus seguidores o acham dotado de predicados excepcionais, contrariados por seu comportamento excêntrico, suas decisões controvertidas e pela incredulidade da comunidade internacional.
O certo é que continuamos a chafurdar na lama da miséria e do subdesenvolvimento, pois não acertamos a mão para encontrar as premissas verdadeiras do silogismo. Estamos sempre sendo induzidos ao equívoco. O que acontece conosco para estarmos sendo sempre iludidos pelos encantadores de serpentes? Talvez a nossa propensão macunaímica em acreditar em promessas simplistas e na lábia de caudilhos e salvadores da pátria.
Um País da dimensão e complexidade do Brasil não é para amadores, mas para excelentes administradores e estadistas. A pergunta é de saber onde está gente? Por exemplo, Os Churchills, os Lincolns, as Margarets Tatchers e as Ângelas Merkels! Eu não saberia responder, mas tenho a impressão de que se fosse perguntado, eu talvez arriscasse a dizer: eles ainda não nasceram! Portanto, é preciso ter fé, paciência e esperar o tempo – que é o senhor de tudo – faça a sua parte e, nesse ínterim, façamos como no samba: a gente vai levando!
P.S – Noticia-se que o Governo quer prorrogar o auxílio emergencial da pandemia sacrificando outras despesas essenciais e compromissos já firmados, tornando-se o transitório em permanente. Demonstra-se que não há segurança jurídica e tudo pode mudar ao sabor das conveniências. Gera-se a insegurança e afugenta-se deliberadamente o capital privado que poderia gerar o desenvolvimento, renda e empregos. Explora-se o povo, sob falaciosos argumentos de protege-lo, com a deliberada intenção de se manter no poder. Enfim, dar-se o peixe em vez de ensinar a pescar. O cinismo continua o mesmo!
Renato Gomes Nery – Advogado em Cuiabá e ex-presidente da OAB/MT
rgnery@terra.com.br Site – www.renatogomesnery.com.br
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